Lula deve "satisfações" por acusação sobre mensalão, diz Serra
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, afirmou na manhã deste sábado, no centro da capital paulista, que seria oportuna uma manifestação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sobre o processo do mensalão, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
A revista Veja publica neste sábado matéria alegando que o publicitário Marcos Valério deverá trazer à luz histórias que envolvem o ex-presidente Lula no esquema de corrupção durante o seu primeiro governo (2003-2006). Para pessoas próximas, o publicitário estaria repetindo que Lula não apenas sabia, como "era o chefe" do mensalão. Valério já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e peculato. Por meio de seu advogado, Valério negou as informações.
"Eu não cheguei a ver a entrevista, mas vi o resumo. Mostra a gravidade, onde chegou a vida pública e mostra a necessidade de que tudo isso seja aprofundado, uma satisfação à população que trabalha. Ele (Lula) já devia satisfações ao País. Reconheceu que havia, depois que não havia (o mensalão). O Supremo diz que havia, já decidiu e está condenando. Seria oportuno se ele (Lula) se manifestasse sobre isso", disse o candidato.
De acordo com Serra, os elementos novos sobre o caso devem ser investigados. "Devem ser mais clarificados. Eu preciso ser sincero. Eu não li a íntegra da entrevista. Todas as frases em aspas são ruins para o Brasil, ditas por alguém que é peça-chave no esquema segundo o próprio Supremo Tribunal Federal. Eu não faço pré-julgamento. Quero que as coisas sejam investigadas. As coisas devem ser entregues às mãos do Ministério Público e do Judiciário", afirmou.
Neste sábado o candidato participou de um comício nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, cujo tema foi a educação. Durante boa parte do discurso, o candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, foi citado, com questionamentos do período em que esteve à frente do Ministério da Educação.
O tucano afirmou para cerca de 1,5 mil pessoas que acompanharam o ato que não irá "vender terrenos na lua" durante a sua campanha.
"Há muito candidato fazendo isso. Inclusive, tem loteamentos concorrentes. Alguns são capazes de chegar até a Marte", disse. Entre as propostas de seus concorrentes, ele citou a passagem de ônibus progressiva, da campanha de Celso Russommanno (PRB), e a do bilhete único mensal, do petista Fernando Haddad. "São propostas que na campanha até soam bem, mas depois não vão adiante", disse ele.
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