Oito homens e uma mulher acusaram publicamente na terça-feira padres católicos e a arquidiocese de Filadélfia de abuso sexual, dizendo que se sentiram encorajados a fazer a denúncia depois da condenação, em junho, de uma importante autoridade eclesiástica envolvida em um escândalo de pedofilia.
Os nove envolvidos acusam a arquidiocese e alguns clérigos de conspirarem para ocultar incidentes de abuso sexual, disseram advogados numa entrevista coletiva.
As acusações remontam a 1970. Em 2003, um relatório judicial já havia mostrado que a Igreja Católica de Filadélfia, no leste dos EUA, deixou de denunciar abusos às autoridades civis. Em junho, monsenhor William Lynn, importante funcionário da arquidiocese, foi condenado por acobertar abusos, muitas vezes transferindo padres sabidamente pedófilos para outras paróquias.
As supostas vítimas no novo processo frequentaram quando crianças igrejas e catecismos na região de Filadélfia, onde teriam sido molestados e violentados por padres, sem que suas queixas fossem levadas em conta.
"Você tira proveito de um menino de 9 anos que adorava cantar e que tinha medo de contar, porque você era um padre, um mensageiro de Deus na Terra, a pessoa mais sagrada na minha vida", disse Andrew Druding, um dos autores da ação, na entrevista coletiva. "Essa é a minha oportunidade, até certo ponto, de reagir."
As supostas vítimas pleiteiam uma indenização de quase 2 milhões de dólares. Além de Lynn, são citados como réus sete padres e ex-padres, a arquidiocese, o arcebispo Charles Chaput e o cardeal-emérito Justin Rigali.
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