Estudo indica como leão-marinho evita doença descompressiva
Pesquisadores chefiados por Birgitte McDonald, do Instituto de Oceanografia Scripps, capturaram uma fêmea adulta de leão-marinho-da-califórnia (Zalophus californianus), anestesiaram-na e instalaram dispositivos no animal para registrar a pressão do oxigênio em sua artéria principal, bem como o tempo e a profundidade dos mergulhos. Em seguida, o leão-marinho de 82 kg foi libertado e os dados de seus movimentos - 48 mergulhos, cada um com duração média de seis minutos - foram enviados por rádio-transmissor.
A uma profundiade de cerca de 225 m, houve uma queda súbita da pressão do oxigênio no corpo do animal, sinalizando que ele esvaziou seus pulmões para evitar que ar adicional (juntamente com nitrogênio) fosse para a corrente sanguínea.
A redução do volume pulmonar em mamíferos mergulhadores é uma ação natural, em que os alvéolos que processam o ar - estruturas elásticas, similares a balões, unidas aos brônquios - são esvaziados para reduzir o tamanho do órgão.
O leão-marinho capturado continuou mergulhando, alcançando até 300 m de profundidade antes de começar a subir. Por volta dos 247 m, a pressão do oxigênio voltou a crescer, indicando que o animal voltou a inflar os pulmões, e caiu novamente quando atingiu a superfície.
Mas se o leão-marinho esvaziou os pulmões, onde ele guardou a preciosa reserva de ar que o ajudou a sobreviver durante a subida? A resposta: nas vias aéreas superiores, os grandes bronquíolos e traqueia, cujos tecidos não conseguem dissolver ar na corrente sanguínea.
Durante o retorno à superfície, o leão-marinho utilizou sua bolsa de ar para alimentar os alvéolos, sugeriu o estudo. Ao final do experimento, os cientistas removeram os equipamentos do animal e o soltaram no mar, segundo o relato da pesquisa, publicado na edição desta terça-feira do periódico britânico Biology Letters.
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