Sudão bloqueia YouTube para tentar minimizar tensão por vídeo anti-Islã
O governo sudanês ordenou um bloqueio ao site YouTube nesta quarta-feira na tentativa de minimizar a tensão gerada por um vídeo que insultaria o profeta Maomé. O Google, proprietário do YouTube, já havia bloqueado o vídeo a usuários do Egito, Líbia, Índia e Indonésia, embora tenha se recusado a tirá-lo do ar, conforme pedido do Departamento do Estado americano.
O vídeo, chamado "Inocência dos Muçulmanos", parece retratar o islã como uma religião de violência e ódio, e Maomé como um homem tolo e com sede de poder. Sua divulgação foi atrelada a uma onda de ataques contra missões diplomáticas americanas em mais de 20 países árabes e muçulmanos que deixou ao menos 30 mortos e centenas de feridos.
Na terça-feira passada, um ataque ao consulado dos EUA na cidade líbia de Benghazi provocou a morte de quatro cidadãos americanos, sendo um deles o embaixador Chris Stevens.
Muitos muçulmanos consideram que qualquer representação do profeta Maomé é uma blasfêmia.
O chefe das comunicações do governo sudanês, Azz el Din Kamel, afirmou que Cartum também tentou pedir para que o filme fosse tirado do ar, sem sucesso. "Mandamos uma carta ao Google no sábado pedindo que o filme fosse tirado do YouTube, mas, como não obtivemos resposta, tentamos bloquear o filme. Como bloquear o filme envolve algumas dificuldades, fomos forçados a bloquear o site por completo. O bloqueio permanecerá até que o filme seja bloqueado."
Toda a tensão foi agravada nesta quarta-feira pela decisão do semanário francês "Charlie Hebdo" de publicar charges também tidas como anti-Islã. Nelas, o profeta Maomé aparece, inclusive, nu. A primeira edição ficou esgotada já nesta quarta, e a editora anunciou que fará uma nova tiragem.
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