"O líder não é um super-homem", afirmou Álvares. Nesta quinta, o deputado recebeu um voto pela condenação (de Barbosa) e outro pela absolvição (do ministro-revisor, Ricardo Lewandowski).
Em memorial distribuído aos magistrados nos últimos dias, o advogado rebateu a acusação, aceita por Barbosa, de que Henry teria recebido propina para influenciar os deputados do PP a votarem de acordo com os interesses do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2005.
Em seu voto nesta quinta, o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, divergiu de Barbosa e absolveu Pedro Henry das acusações de corrupção passiva (receber vantagem indevida na condição de servidor público), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O texto de três páginas do memorial, entregue a nove ministros do Supremo – somente Joaquim Barbosa não recebeu o documento –, tenta desmistificar as atribuições dos líderes de bancada.
Segundo o advogado do parlamentar do PP, o relator descreveu Pedro Henry em seu voto como uma pessoa "que tinha ascensão absoluta sobre todos os outros deputados".
"Você imagina que um parlamentar receba um dinheiro e convença outros 50 parlamentares, que é que tinha o PP na época (do suposto mensalão), a votar da maneira como ele quer. Dentre esses parlamentares estavam Francisco Dornelles (PP-RJ), Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) e Delfim Neto (PP-SP). Como você convence esses caras?", argumentou Álvares ao G1 na noite desta quinta.
Ênfase "exacerbada"
O defensor de Pedro Henry ressalta que o objetivo de seu memorial foi rebater a ênfase "exacerbada" que o relator deu ao poder do ex-líder do PP.
Álvares revelou que sua pulsação "subiu às alturas" no momento em que Lewandowski começou a ler seu voto, ansioso para verificar se ele havia conseguido convencer o revisor sobre sua tese de defesa.
Os votos divergentes do relator e do revisor em torno da suposta participação do deputado Pedro Henry no esquema do mensalão não surpreenderam o advogado, segundo ele afirmou.
Para Álvares, em razão de Barbosa ser egresso do Ministério Público, "há uma tendência" de ele acolher a denúncia dos procuradores da República.
Apesar da vitória parcial alcançada com o voto de Lewandowski pela absolvição de Pedro Henry, o advogado não arrisca dizer que a questão está vencida. Após a manifestação do revisor, votam os outros oito ministros da corte. "Não vou criar essa expectativa e nem vou deixar que o meu cliente crie", disse.
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