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Internacional
Terça - 25 de Setembro de 2012 às 11:41

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A presidente Dilma Rousseff criticou nesta terça-feira (25), durante discurso na abertura na 67ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a política dos países ricos contra a crise financeira internacional.

Segundo ela, a crise econômica internacional de 2008 "ganhou novos e inquietantes contornos".

"A opção por políticas econômicas ortodoxas vem agravando a crise em economias desenvolvidas. [...] As principais lideranças do mundo desenvolvido ainda não encontraram caminho que articulam ajustes fiscais para interromper a recessão", disse.

O encontro da ONU em Nova York reúne os 193 países-membros da organização e se dá em meio à tensão vivida em vários países do Oriente Médio, com protestos e ataques a embaixadas dos Estados Unidos no mundo árabe. No discurso, ela também voltou a defender a soberania da Palestina e criticou o que chamou de "preconceito islamofóbico".

Para a presidente, "a política monetária não pode ser a única resposta para interromper o crescente desemprego, a pobreza e o desalento que afeta no mundo as camadas mais vulneráveis da população".

Segundo Dilma, as ações dos países ricos acarretam prejuízos para os países em desenvolvimento. "Os bancos centrais dos países desenvolvidos insistem em política monetária e os países emergentes perdem mercado devido à valorização artificial de suas moedas."

A presidente Dilma Rousseff durante discurso na Assembleia Geral da ONU (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
A presidente Dilma Rousseff durante discurso na Assembleia Geral da ONU (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)

Protecionismo
A presidente brasileira pediu que medidas de proteção, como as tomadas pelo governo brasileiro para defender a indústria nacional, não sejam "injustamente classificadas como protecionismo".

"A legítima defesa comercial está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio. [...] O protecionismo e formas de manipulação do comércio devem ser combatidas", disse, acrescentando que algumas ações ocorrem de "forma espúria e fraudulenta".

A presidente brasileira classificou como "urgente" a construção de um "amplo pacto" pela retomada do crescimento global. "Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem esforços de cooperação entre os países e organismos multinacionais, como o G20."

Dilma classificou de "falso dilema" o entendimento que as medidas de ajuste fiscal não devem ser atreladas aos estímulos ao crescimento econômico. Ela citou o exemplo do Brasil, onde, segundo a presidente, crescimento e austeridade convivem.

"Superamos a visão incorreta que coloca de um lado as medidas de austeridade e o estímulo ao crescimento. Esse é um falso dilema", afirmou.

Assembleia da ONU
Antes do discurso, Dilma se encontrou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele também falou na conferência e fez um apelo pela paz mundial.

A presidente Dilma Rousseff cumprimenta Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, durante Assembleia-Geral da ONU em Nova York. (Foto: Stan Honda/AFP)
A presidente Dilma Rousseff cumprimenta
Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas,
durante Assembleia-Geral da ONU em Nova York
(Foto: Stan Honda/AFP)

Tradicionalmente, cabe ao chefe de Estado brasileiro fazer o discurso que marca a abertura da assembleia. Isso porque o país foi o primeiro a aderir ao organismo internacional, em 1945.

A conferência deste ano tem como tema a prevenção e a resolução pacífica de conflitos internacionais. De acordo com o Itamaraty, entrará também no debate a adoção dos compromissos firmados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorreu na capital fluminense em junho deste ano.

Em 2011, Dilma foi a primeira mulher a fazer o discurso de inauguração da assembleia. Na ocasião, a presidente defendeu a criação do Estado palestino e exaltou o papel da mulher na política internacional.

Agenda
Em Nova York desde domingo (23), a presidente teve como único compromisso oficial na segunda (24) um encontro com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. O português ocupa cargo executivo na União Europeia, que ainda sofre efeitos da crise econômica de vários países do bloco.

Na cidade, Dilma está acompanhada da filha Paula e de cinco ministros: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social), além do assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Antes do encontro com Durão Barroso, a presidente passeou a pé pela cidade e almoçou em um restaurante na região do Upper East Side, segundo informou a BBC. O retorno de Dilma para Brasília está previsto para quarta (26).





Fonte: Do G1

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