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Cidades
Terça - 25 de Setembro de 2012 às 18:30

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João Arcanjo Ribeiro continuará preso em Campo Grande até 13 de setembro de 2013. A permanência do "Comendador" na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mato Grosso do Sul foi determinada pelo juiz da 5ª Vara da Justiça Federal daquele estado, Dalton Igor Kita Conrado, que também é corregedor da unidade prisional. Esta é a quinta vez que a "estadia" de Arcanjo é renovada. Ele foi transferido da Penitenciária Central do Estado (PCE) para MS em outubro de 2007, após ficar confirmado que continuava liderando o jogo do bicho de dentro do presídio.

O pedido de permanência foi solicitado pela Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (Saap), setor ligado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). A justificativa apresentada anualmente pelo órgão público é que devido às condições precárias do sistema prisional, não há condições de manter Arcanjo detido no Estado.

Atualmente, os ex-policiais militares considerados braços armados da organização criminosa liderada por João Arcanjo, Célio Alves de Souza e Hércules Araújo Agostinho, estão no raio 5 da PCE. Eles e outros 18 detentos retornaram ao Estado devido ao vencimento do prazo de permanência na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Pedidos para transferência destes presos já foram solicitados pelo Estado, mas até o momento não há decisão. Também há necessidade de autorização por parte do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), já que é necessário haver vagas disponíveis nas unidades federais.

O titular da 3ª Promotoria de Justiça Criminal, Joelson de Campos Maciel, destaca que juridicamente é possível a renovação dos pedidos de permanência de presos em unidades federais de prisão e, ainda destaca, que enquanto o sistema prisional do Estado não obtiver melhorias, é necessário manter João Arcanjo Ribeiro distante de Mato Grosso. Segundo ele, a superlotação, déficit no efetivo de agentes prisionais, a ausência de incomunicabilidade nos presídios e penitenciárias, além da influência do "Comendador" em relação ao crime organizado são fatores que colaboram para o distanciamento de Mato Grosso.

Joelson Maciel destaca que o período de permanência de Arcanjo junto à Penitenciária de Campo Grande (5 anos) figura como suficiente para aplicabilidade de mudanças em Mato Grosso. "Priorizar o sistema prisional é questão de decisão política. Este período, entre 2007 e 2012, é suficiente para que o Estado ampliasse o número de vagas, como também reforçasse a estrutura já existente".

O promotor ainda cita a necessidade de serem aplicadas melhorias de trabalho para os profissionais que atuam no sistema prisional. "É um serviço estressante e pesado". No que se diz respeito às mudanças, Joelson Maciel avalia que a sociedade também precisa cobrar do poder público melhorias para o setor de segurança. "É importante que as pessoas lembrem que em algum momento estes presos irão deixar a cadeia. A prisão hoje é um problema social e precisa ser visto como prioridade".

 





Fonte: A Gazeta

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