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Quarta - 26 de Setembro de 2012 às 17:45

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Impossível não notar a transposição perfeita de Mariana Ximenes em Sue Lyon como Lolita no melhor filme sobre a personagem de Vladimir Nabokov, de 1962, direção de Stanley Kubrick. Era a primeira vez que Humbert Humbert via Lolita de biquíni, tomando sol – e é a primeira vez que você está vendo Mariana assim, de biquíni sob o sol, em nossa capa de outubro. No romance do russo, Dolores, ou Lolita, tem 12 anos – aqui Mariana está um pouco mais adequada, aos impecáveis 31 anos. A experiência e a ousadia lhe permitiram até topar ser duas faces para GQ. A primeira, a dominada por um professor de literatura. A segunda, a que domina, em látex, em uma noite qualquer. Mas Sue não foi a inspiração de Mariana. “Impossível não pensar em Marilyn Monroe, sempre sensual, mas também lúdica e inocente”, diz Mariana, à vontade nos personagens e citando outra loira clássica, que talvez tenha sido tanto Lolita quanto Dominatrix na vida real. “É uma mulher misteriosa, perigosa”, adverte sobre a segunda em seu ensaio.

GQ, em sua edição impressa, tenta decifrar a mulher Mariana Ximenes nos textos especiais de quatro homens que conviveram com ela: o poeta Ferreira Gullar, o cineasta Andrucha Waddington, o músico Paulo Miklos e o publicitário Washington Olivetto. “Sonhamos acordados com a imagem desta mulher sempre tão nítida, quase presença. Nós confundimos um pouco as coisas. Seu cabelo desarrumado. Seus lábios anunciando devagar na maquiagem desfeita, um sorriso fugido do batom. Assim como o mar, seus olhos mudam de cor e humor, desarmando qualquer certeza a respeito dos seus sentimentos”, diz Paulo Miklos, que trabalhou com Mariana no filme O Invasor, em 2001. A poesia é uma das paixões de Mariana, desde os 13 anos, e Gullar sabe disso: “Graças a isso, pude tê-la como intérprete de um poema meu, no vídeo que gravou para a exposição comemorativa de meus 80 anos, no Museu Nacional de Belas Artes”.

Washington define simplesmente assim a persona Dominatrix do ensaio de Mariana: “A dominadora da paródia, a dominadora da sátira, a dominadora da chanchada, a dominadora da Commedia dell’arte”. Waddington, que a dirigiu em Os Penetras, preferiu ver a evolução como atriz: “A atriz centrou, a voz de menina ganhou um tom grave, quente, os sentimentos se tornaram sutis e os personagens mais complexos”. Bom, por enquanto esse é o aperitivo que podemos te dar aqui no site. Veja mais fotos e os depoimentos completos na edição de outubro da GQ, nas bancas nesta sexta-feira (28).






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