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Nacional
Domingo - 30 de Setembro de 2012 às 22:59

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O romancista mineiro Autran Dourado, autor de "Ópera dos Mortos" (1967), morreu aos 86 anos, por volta das 7h30 deste domingo (30), em sua casa, em Botafogo, zona sul do Rio.

Segundo familiares, ele sofria de problemas respiratórios crônicos e teve uma hemorragia estomacal pela manhã.

O corpo do escritor foi velado em capela do cemitério São João Batista, também em Botafogo, e enterrado no local pouco depois das 16h.

Dourado havia ficado internado por cerca de cinco meses no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio, para tratamento de problemas respiratórios, segundo a família. Teve alta há dois meses e, desde então, estava em casa.

O escritor deixa a mulher, Lúcia Campos, com quem foi casado por mais de 60 anos, quatro filhos, dez netos e dois bisnetos.

  Ana Carolina Fernandes - 20.jul.2005/Folhapress  
O escritor Autran Dourado, que ganhou o prêmio Camões em 2000
O escritor Autran Dourado, que ganhou o Prêmio Camões em 2000

A literatura de Waldomiro Freitas Autran Dourado, nascido em Patos (MG), em 1926, foi marcada por personagens angustiados. "Sofro a angústia que eles sofrem", contou o autor à Folha, em 2005, ao se comparar com suas criações.

O autor venceu, em 2000, o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Em 2008, recebeu da ABL (Academia Brasileira de Letras) o Machado de Assis, prêmio máximo concedido pela entidade pelo conjunto de sua obra.

"O Brasil perde um autor importante", lamenta Ferreira Gullar, colunista da Folha. "Ele pertencia a uma geração brilhante de escritores mineiros, de Otto Lara Rezende a Fernando Sabino. Era consiente de seu trabalho, que não era de alarde, e tinha muita sensibilidade."

"Foi um escritor que veio de Minas e se manteve fiel às suas origens", disse à reportagem Alberto Venâncio Filho, membro da ABL.

Entre os principais títulos de Autran Dourado estão "Ópera dos Mortos" (1967), "A Barca dos Homens" (1961) e "O Risco do Bordado" (1970). O livro "Uma Vida em Segredo" foi adaptado para o cinema em 2001, com direção de Suzana Amaral.

Em "Gaiola Aberta" (2000), o autor publicou memórias dos tempos de JK --o escritor, que também atuava como jornalista, mudou-se para o Rio em 1954 e lá trabalhou como secretário de imprensa de Juscelino Kubitschek, eleito presidente do Brasil no ano seguinte.






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