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Polícia
Sexta - 29 de Novembro de 2013 às 07:15
Por: ADILSON ROSA E MARCIO CAMILO D

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 A juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital, Ana Paula da Veiga Carlota Miranda, deve apreciar nesta quinta-feira (28) o termo de ato infracional – equivalente ao flagrante - do adolescente M.P.H., 14 anos, que atropelou três pessoas, na noite de terça-feira (26), na Avenida Miguel Sutil. No choque, uma morreu e duas ficaram feridas.
 
Com o adiamento da decisão, o garoto passou noite numa das celas da Delegacia Especializada do Adolescente da Capital. 
 
Detido na terça-feira à noite após o acidente, o estudante foi transferido para a DEA, no inicio da manhã. Ele recebeu a visita de familiares e também almoçou na cela.
 
Segundo policiais plantonistas, no período vespertino, ele foi ouvido pelo delegado Paulo Alberto Araújo, que, diante da complexidade do caso, enviou o procedimento para a Vara da Infância e Juventude para despacho.
 
Como a magistrada estava em audiência criminal, não pôde analisar o caso no horário de expediente. O procedimento foi entregue por volta das 17 horas.
 
Conforme a assessoria da magistrada, ela ficou de analisar o caso, pois o considerou complexo e não iria tomar uma decisão de imediato. 
 
A juíza poderá entregar o adolescente para os pais ou decidir pela internação provisória de 45 dias.
 
Policiais plantonistas da DEA explicaram que decisões mais complexas, os magistrados não decidem na hora, pois analisam uma série de fatores. 
 
A previsão é de que o menor seja encaminhado ao Juizado Especial da Infância e Juventude, no Complexo Pomeri, em Cuiabá. 
 
Medo de ser linchado
 
Segundo informações da Polícia, M.P.H. disse, em depoimento, que teve medo de ser linchado pelas pessoas que estavam no local, na hora do acidente de terça-feira à noite. 
 
O adolescente dirigia o carro do avô e estava acompanhado de mais dois amigos adolescentes. 
 
O que estava no banco da frente sofreu lesões em consequência do cinto de segurança. O que estava no banco traseiro saiu sem ferimento. 
 
Aos policiais, ele contou que o maior medo foi quando ocorreu o acidente, pois o amigo que estava no banco de trás correu e ele e o outro ficaram sem condições de sair porque os dois airbags do carro foram acionados. 
 
“Ficamos assustados porque foi juntando tanta gente com pedaço de pau e pediram para a gente não sair porque senão iriam nos matar”, contou, segundo um agente. 
 
O policiais ainda disseram que, na delegacia, o adolescente estava chorando e tremendo o tempo todo.
 
Avô não será responsabilizado 
 
O avô do adolescente, o médico Pinheiro Coelho Filho, que é o proprietário do veículo, só deverá ser responsabilizado administrativamente com o pagamento de multa por deixar uma pessoa sem habilitação dirigir o veículo, além de estar sujeito à reparação de danos às vítimas. 
 
Segundo policiais do Plantão Metropolitano da Capital, o adolescente afirmou que pegou escondido o veículo do avô, após encontrar as chaves do  Hyundai í35 na mesa da sala do apartamento. 
 
Policiais lembraram que o artigo 163, do Código de Trânsito Brasileiro, prevê multa para quem dirige sem habilitação. 
 
“Neste caso, o proprietário é quem paga, mesmo o menor alegando que foi pego sem autorização”, explicou um policial. Esse artigo prevê também pontuação na carteira de motorista.
 
Os policiais lembraram que o avô do garoto não foi ouvido durante o termo de ato infracional. Outros familiares acompanharam o depoimento do garoto.
 
O acidente 
 
O servido público Enéas Cardoso foi atropelado pelo adolescente M.H.P, de 14 anos, enquanto fazia uma passeio de bicicleta, por volta das 20h30, na Avenida Miguel Sutil. 
 
O irmão de Enéas, Gerson Cardoso, contou que o servidor público seguia de bicicleta pela Avenida Miguel Sutil, quando foi atingido por trás pelo veículo. 
 
“Ele ficou um tempo preso no capô, sendo arrastado e, depois, foi arremessado. Ele morreu na hora. Quebrou o pescoço”, relatou.
 
Os outros dois envolvidos no acidente são o publicitário Anderson Rafael Ferreira, de 23 anos, e o marceneiro Wanderlei Gomes da Silva, de 39. 
 
Gomes sofreu ferimentos leves: fez os curativos e foi liberado no mesmo dia do acidente. 
 
Já Rafael continua internado na ala amarela do Pronto- Socorro de Cuiabá. Ele passará por uma cirurgia, pois está com uma das pernas fraturadas.
 
Apesar da lesão, o quadro clínico de Rafael é considerado estável e ele não corre risco de morte. 
 





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