Polícia prende 24 em protesto que terminou em destruição de terminal rodoviário

 A manifestação feita na tarde de ontem no terminal de ônibus André Maggi de Várzea Grande terminou com 24 pessoas detidas após a destruição de catracas, vidraças e da estrutura local. Vídeos postados na internet mostram trechos da ação, em que os manifestantes tentam arrancar as catracas com pontapés e com as mãos.

 

A Polícia Civil informou por meio de nota que autuou as 24 pessoas pela depredação do terminal. O protesto foi organizado pelas redes sociais contra a implantação de catracas no local, o que obriga os usuários dos bairros a pagarem uma passagem a mais por cada viagem a Cuiabá.

 

Dez homens e duas mulheres foram autuados por dano ao patrimônio publico, sem aplicação de fiança, para garantia da ordem pública, de acordo com a Polícia Civil, e serão transferidos para uma unidade prisional neste sábado (30).

 

Doze adolescentes presentes no protesto também foram conduzidos a Central de Flagrantes da Polícia Civil, em Várzea Grande, e vão responder pelo mesmo artigo, na condição de ato infracional. 

 

O delegado plantonista, João Eduardo Sampaio Alencar informou por meio da assessoria de imprensa, que nove adolescentes foram entregues aos pais e três serão encaminhados a Delegacia do Adolescente (Dea) de Várzea Grande, para apresentação a Promotoria da Infância e Juventude. 

 

Rede social 

 

A manifestação foi articulada pelo Facebook. Na página do protesto, os organizadores explicam que a ação foi feita “contra as novas formas de opressão, que a burguesia local encontrou para ganhar mais e mais ainda, em cima do suor do trabalhador, e da luta dos estudantes que precisam do transporte público!”. 

 

“Nos últimos dias, foi imposto a todo cidadão Várzea Grandense, que não será mais possível seguir viagem a Cuiabá, a não ser que agora a integração seja feita em novas ROLETAS de cobrança que dividem o terminal! Mesmo que qualquer um de nós já esteja dentro do terminal,”, continua o texto. “Quer dizer que, a integração que você poderia fazer em Cuiabá após sair do terminal não será mais possível a não ser que você, ou eu paguemos mais um valor.

Ou paga mais lá em Cuiabá, ou paga mais aqui... entende?”, completa.

 

O texto de convocação para o protesto ainda levantava alguns pontos que justificavam a ação. Veja abaixo:

 

1º - Não nos perguntaram, ou nos consultaram para ver se aceitaríamos nova cobrança.

 

2º - Não aceitaríamos o aumento de mais uma tarifa, ou a perca da integração em Cuiabá ,que traz prejuízos ao orçamento familiar do Várzea Grandense, pois fica muito difícil, praticamente impossível desembolsar outro valor da passagem que chega próximo a R$ 3 reais.

 

3º - Não apresentaram o PORQUE, nem os motivos de mais essas catracas de cobrança, já que os ônibus são velhos , os passageiros viajam em pé apertados como em uma lata de sardinhas, sem AR condicionados, e SEM COBRADORES (trabalhadores que estão sendo demitidos até).

 

4º - O único fator que esta sendo colocado em conta, é o fator do INTERESSE. É o lucro burguês que se apodera do transporte público local.

 

Porque o Lucro das máfias do transporte "público" de Várzea Grande ainda pode falar mais alto, que as necessidades e o direito do cidadão?

 

Frente a essas arbitrariedades, nos organizaremos e iremos a luta, em uma grande intervenção/manifesto popular, composta por trabalhadores e estudantes de toda Várzea Grande nessa próxima SEXTA FEIRA, dia 29/11/2013 as 17h, no ginásio Fiotão, ao lado do terminal André Maggi!

 

Se organize, convoque mais amigos, vizinhos, pessoas que estão descontentes com tais imposições descabidas que partem daqueles que deveriam nos representar, e não apenas nos extorquir!

 

Vamos a luta por um transporte verdadeiramente público, digno, e para que nossos direitos sejam cumpridos, até que um dia alcancemos o direito a TARIFA ZERO (já uma realidade em muitas cidades brasileiras)

Poder ao POVO!

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