Lucimar não se considera derrotada e insinua que Walace foi desonesto

A candidata que não alcançou êxito ao disputar a Prefeitura de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), afirmou em entrevista ao portal RDNews, na manhã desta segunda (8), que não se considera derrotada e insinuou que o prefeito Walace Guimarães (PMDB) foi eleito na cidade se utilizando de práticas ilícitas e escusas. “Eu te pergunto por que será que várias pesquisas idôneas e que têm uma credibilidade total mostravam que eu estava na frente, e no dia do voto ele conseguiu virar o jogo? Ele fez coisas que eu não fiz e não vou fazer nunca na minha campanha”, disparou.

Ao explicar porque não se considera uma candidata derrotada, ela observou que obteve 44 mil votos. “Foram 44 mil pessoas que acreditaram em mim, eu quero agradecer esse pessoal". Mesmo duvidando da honestidade do adversário e de que o resultado do pleito representa a vontade popular, Lucimar garantiu que respeita a democracia. “Espero que Walace faça uma boa gestão pelo bem da população”.

Ela também prometeu que o esposo, o senador Jayme Campos (DEM), não vai abandonar a cidade independente de quem seja o prefeito. “Ele sempre vai seguir na mesma posição que teve; vai fazer tudo o que puder pela cidade, como sempre fez. Ele sempre destinou verbas e emendas, o município não pôde receber por falta de documentação”. Questionada se ficou alguma mágoa pelo fato de não ter sido eleita, Lucimar afirmou que só lamenta pelo povo. “O que eu quero é o bem da nossa população, não queria ver ninguém jogado no Pronto-Socorro, sem assistência médica”.

Ao contrário do prefeito Tião da Zaeli (PSD), que cogitou abandonar a vida pública diante de uma derrota, Lucimar disse que poderá dar continuidade à carreira política e disputar novas eleições. Ela explica que tudo vai depender do partido e do cenário. “Sempre fomos muito responsáveis, não temos rompante”, declarou Lucimar. Até lá ela conta que continuará tocando a vida e o Instituto Jaiminho, entidade que presta serviço social à crianças de comunidades carentes. Perguntada se considera que o resultado do pleito enfraquece politicamente a família, que tem a cidade como seu reduto eleitoral, ela avaliou que não. “Eu não acho, a família não teria 44 mil votos se tivesse tanta rejeição como o povo fala. Nós temos a sua parcela de colaboração para o desenvolvimento da cidade e do Estado”.

Assim como em 2008, o resultado das eleições a prefeito na cidade industrial contrariou todas as pesquisas de intenção de votos. Neste ano, os levantamentos apontavam Lucimar como vencedora e nas últimas eleições municipais apontava Júlio Campos como vitorioso. No fim, Júlio perdeu para o prefeito cassado Murilo Domingos (PR), com uma diferença de mais de 26 mil votos e Lucimar para Walace, com diferença de 3 mil votos. Tião da Zaeli também foi procurado pela reportagem para fazer um balanço do resultado do pleito, no entanto, ele não atendeu e nem retornou às ligações. Segundo a assessoria, ele tirou o dia para se restabelecer e só se pronunciará na quinta (10) pela manhã, em entrevista coletiva.

   Outro lado

O prefeito eleito, por meio de assessoria, classificou as críticas de Lucimar como natural e como “choro de quem perde a eleição”. Destacou que o seu grupo nunca acreditou nas pesquisas e que sempre teve a certeza de serem manipuladas com o propósito de influenciar os eleitores indecisos. Ainda por meio de assessoria, Walace justifica a vitória dizendo que tem propostas, que andou a cidade inteira, e foi o único candidato que representava a independência, enfrentando duas máquinas: a da prefeitura e a “do coronel Jayme Campos”.