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Política
Sexta - 12 de Outubro de 2012 às 14:56

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Candidato a prefeito de Cuiabá pelo PSB, o empresário Mauro Mendes (PSB) garante ter algumas “cartas na manga” para este segundo turno. Mauro, no entanto, afirma que só irá usá-las caso seja atacado por seu adversário, o vereador Lúdio Cabral (PT). “Seguramente, há essas informações. Agora, se elas serão usadas ou não, depende da estratégia e da condução da campanha”.

De acordo com o empresário, o foco de sua campanha será propositivo, mas afirma estar preparado para qualquer tipo de situação. “O meu foco e minha prioridade é discutir Cuiabá, seus problemas e, principalmente, as soluções. Esse será o foco da nossa campanha, mas estaremos preparados para qualquer tipo de provocação feita pelo nosso adversário”.

O socialista é o primeiro candidato entrevistado neste segundo turno, devido a seu desempenho nas urnas. Ele teve 43,96% das intenções de voto do eleitorado cuiabano, ou seja, 5.248 votos a mais que o candidato petista, que garantiu 42,27%.

Além de sua atuação no segundo turno, Mauro comentou sobre as pesquisas de intenção de voto, divulgadas na última semana de campanha eleitoral, e que apontavam Lúdio com grandes chances de vencer ainda em primeiro turno, bem como um suposto uso da máquina estadual.

Segundo ele, há uma forte atuação da Secretaria de Comunicação na campanha de seu adversário.



Diário de Cuiabá - Qual sua expectativa para o segundo turno da eleição na Capital?

Mauro Mendes - Primeiro, apresentar de uma maneira mais clara, com mais objetividade e com tempo de TV maior, as nossas propostas, os nossos projetos. Demonstrar claramente para o cidadão-eleitor cuiabano o que nós pretendemos fazer na qualidade de próximo prefeito de Cuiabá. E esperamos, ao final, ter a compreensão da nossa proposta, do nosso projeto, e chegar com a vitória no dia 28 de outubro.



Diário - Quais serão as estratégias adotadas nesta fase?

Mauro - Vamos nos aproximar mais dos eleitores, mudar a nossa comunicação, tornando ela mais objetiva. Vamos falar com mais clareza dos problemas e das soluções que nós acreditamos que sejam viáveis de ser colocadas em prática a partir de janeiro de 2013. Já estamos no corpo-a-corpo, vamos intensificá-lo ainda mais até o dia das eleições. Vamos priorizar o programa de TV porque ele tem uma abrangência muito grande, e também teremos um tempo maior à nossa disposição do que tínhamos no primeiro turno, e isso, com certeza, será um instrumento importante para nos conectar dentro da casa, dentro dos lares das pessoas.



Diário - Quais as mudanças que foram feitas efetivamente na equipe?

Mauro - Poucas alterações! Estamos incluindo novos profissionais, tendo em vista que o segundo turno é curto, mas muito mais intenso. Ele tem uma quantidade grande de programas, dentro de um espaço pequeno. Estamos incluindo alguns profissionais, agregando novos talentos às nossas ideias para nos ajudar na composição deste trabalho de comunicação, mas mantendo grande parte da equipe. Fechamos tudo isso na última quarta-feira (10). O [produtor] Bruno Bini passa para uma função mais importante dentro da comunicação. O agora prefeito Percival Muniz vai compor o conselho de comunicação, e também outras pessoas. O Antero [Paes de Barros] também entra como consultor de Marketing.



Diário - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) atuou duramente na coibição de propaganda irregular no primeiro turno. O que o senhor achou desta postura, e o que espera neste segundo turno?

Mauro - Espero que o TRE mantenha a mesma linha de atuação. O espaço tem que ser um espaço propositivo, mas o TRE também não pode proibir de algumas verdades serem ditas e mostradas. Se são verdades e se elas vão ao encontro do espírito maior, que é permitir ao eleitor conhecer não só a proposta, como também o perfil, o histórico do candidato, elas têm que ser ditas e mostradas, e certamente o TRE há de permitir isso.



Diário - Quando o senhor estava na frente das pesquisas, não questionava a idoneidade dos institutos. Contudo, quando passou a apresentar quedas, virou um crítico dessas análises. Por quê?

Mauro - Na verdade, as minhas críticas às pesquisas não foram tecidas antes porque não tínhamos nenhum instrumento confiável para aferir essas pesquisas. Tanto, que nos últimos 15 dias eu deixei de comentar pesquisas e justificava isso com a grande divergência que se apresentava no mercado das pesquisas. Deixei de comentar e passei a criticar, a partir do momento em que ficou comprovado que alguns institutos erraram feio. A compra ou não de pesquisas tem que ser explicada pelos institutos que erram feio.



Diário - Quanto o senhor gastou com a campanha eleitoral do primeiro turno, e qual expectativa de gasto para o segundo?

Mauro - Eu não tenho o conhecimento específico da parte contábil. Ela não fica sob o meu controle. O pessoal que cuida da contabilidade da campanha está fechando e, dentro do prazo, deve informar isso para o TRE. Além disso, eles estão refazendo a previsão orçamentária para o segundo turno. Ainda não tenho nenhuma estimativa de gasto, porque não passa necessariamente pela minha análise, e esses dados ainda não me foram apresentados.



Diário - Os recursos são próprios ou de alguma outra fonte?

Mauro - Uma campanha política tem que ser tocada com aqueles que acreditam no projeto. Nós, com certeza, vamos buscar parceiros, vamos atrás daqueles que acreditam que nós somos a melhor alternativa para administrar Cuiabá de uma forma diferente. Vou precisar muito de parceiros, que possam colocar dinheiro limpo na campanha. Ainda não abrimos diálogo neste sentido, mas vamos buscar aí dezenas de pessoas que poderão contribuir para a formação de um governo limpo para administrar Cuiabá.



Diário - No primeiro turno, o senhor teve seu palanque reforçado com a presença do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Para este segundo turno está prevista a vinda de alguma liderança nacional ou o retorno do próprio Eduardo?

Mauro - O grande foco das eleições é conquistar o voto do eleitor e do cidadão cuiabano. Certamente, os líderes nacionais têm a sua importância, mas eu estou mais preocupado com o seu João lá do Pedra 90, com a dona Maria do Jardim Vitória, com a Tereza aqui do Dom Aquino, enfim, com as pessoas que vivem em Cuiabá. São elas, certamente, as grandes protagonistas dessa história, da eleição de um prefeito da cidade. Até o presente momento não há previsão de presença de líderes nacionais. Estamos priorizando isso, mas certamente serão muito bem-vindos se tiver a oportunidade de trazê-los.



Diário - O senhor já conversou com a Executiva nacional do partido após o resultado do primeiro turno das eleições?

Mauro - Foi feita uma análise rápida por telefone e eles parabenizaram pelo resultado e estão cientes da luta que estamos fazendo contra a máquina, que está colocada ao lado e a serviço do outro candidato. Mas, independentemente disso, estamos muito conscientes e determinados a trabalhar dentro do limite que nós temos para vencer as eleições, e acreditamos que venceremos.



Diário - O deputado federal Valtenir Pereira (PSB) quer propor na Câmara Federal a limitação da divulgação de pesquisas de intenção de voto. Qual sua opinião sobre isso?

Mauro - Não só em Cuiabá, como em boa parte do Brasil, foi mostrado que muitos institutos de pesquisa de intenção de voto erram feio. Ou esses institutos começam a melhorar seus critérios técnicos e de competência para dar confiabilidade nos resultados divulgados ou recai sobre eles muitos questionamentos sobre a lisura e a idoneidade desses institutos. Portanto, ele, na qualidade de deputado, que tem a responsabilidade de formular leis para o país, é totalmente pertinente questionar e propor alguma coisa nesse sentido, e caberá ao Congresso Nacional aprovar ou não. Mas eu vejo que realmente as pesquisas têm uma capacidade de influenciar determinada faixa do eleitorado, e isso é prejudicial à democracia.



Diário - O senhor acredita que foi prejudicado com essas pesquisas?

Mauro - Tenho a absoluta certeza de que sim! Porque nos últimos dias foram colocadas muitas pesquisas, que foram amplamente divulgadas, e mostravam que nós estaríamos bem atrás e o outro candidato iria vencer em primeiro turno. Isso, certamente nos prejudicou, se não teríamos chegado mais a frente do que chegamos.



Diário - O resultado de domingo chegou a surpreender?

Mauro - Não, porque pesquisas internas nossas mostravam exatamente o contrário. Mas, diante de tantas divulgações, nós passamos a deixar de questionar ou, até mesmo, de comentar as pesquisas colocadas no mercado.



Diário - De que forma elas prejudicaram a sua campanha?

Mauro - Muitas pessoas tendem a votar pelo voto útil, votar em quem elas acham que vão ganhar. Estudos científicos realizados no Brasil mostram que uma faixa do eleitorado, até 5%, tem uma tendência a fazer uma opção por aquele candidato que eles acham que vão ganhar, por isso eles sempre gostam de dizer que votou no candidato que ganhou. Por isso, nós poderíamos ter chegado com um resultado bem acima do que aquele a que nós chegamos, e aí certamente muito próximo de uma vitória em primeiro turno.



Diário - No domingo, o senhor chegou a dizer que teria algumas informações que poderiam comprometer a imagem de seu adversário. São suas cartas na manga para este segundo turno?

Mauro - O meu foco, minha prioridade, é discutir Cuiabá, seus problemas e principalmente as soluções. Estamos nesta eleição buscando ser prefeito de Cuiabá pela enorme preocupação que tenho com essa cidade, pelo acúmulo de problemas que vêm se arrastando pelo longo dos anos, pela incapacidade, nos últimos anos, dos gestores que se abstiveram de ter construído soluções concretas e verdadeiras, para realmente colocar Cuiabá numa rota contínua e firme de crescimento e desenvolvimento. Portanto, este será o foco da nossa campanha, mas estaremos preparados para qualquer tipo de provocação feita pelo nosso adversário. Queremos falar de Cuiabá, dos seus problemas e das suas soluções, mas também estaremos prontos para um debate em que nível for. Seguramente, há essas informações. Agora, se elas serão usadas ou não, depende da estratégia e da condução da campanha.



Diário - Com relação a apoios, o senhor já chegou a conversar com algum partido ou candidato que não esteja neste segundo turno?

Mauro - Nós decidimos que vamos continuar com os mesmos partidos com que nós iniciamos o processo eleitoral. Não estaremos buscando nenhuma composição partidária para este segundo turno. Grandes alianças podem até ajudar a ganhar, mas certamente vão prejudicar na hora de administrar. Não estou recusando nenhum tipo de apoio, eu estou priorizando uma campanha, onde os nossos aliados serão os mesmos que começaram conosco o primeiro turno. Eu vou dialogar com os partidos, é um dever você respeitar a todos que aí estão. Se ele teve um voto, ele representa uma pessoa da sociedade e esse um cidadão que ele representa merece respeito. Então, todos aqueles que participaram e todos partidos que aí estão, que receberam votos, representam uma parte da sociedade, por isso que chama partido. Nós vamos, sim, dialogar com ele, mas nossa prioridade não é conquistar alianças políticas, nossa prioridade é conquistar o eleitor e o cidadão cuiabano, que, por algum motivo, não escolheu nosso projeto.



Diário - Alguém já procurou o senhor?

Mauro - Isso está delegado ao nosso vice, João Malheiros (PR), e nosso coordenador Emanuel Pinheiro (PR). Eu estou focado na campanha e pedindo votos nas ruas.



Diário - E com relação ao plano de governo, haverá modificação? Pode haver adesão de propostas e projetos dos candidatos que não conseguiram chegar ao segundo turno?

Mauro - Nós iremos aprimorar nosso processo de comunicação. A vida é um eterno aprendizado, e a política é muito dinâmica. Aprendemos muito nessa campanha ouvindo as pessoas na rua, conversando com o cidadão, e muitas propostas que nós tínhamos foram adequadas ou melhoradas a partir desse diálogo com a sociedade. Então, nós vamos, sim, revisar, melhorar e até incluir coisas que são sugeridas pela população. Entendemos que este é um caminho correto para construir um projeto de gestão, porque democracia é isso, não é fazer o que eu acho que é melhor, e sim fazer o que é bom para as pessoas. E, para isso, nada melhor que elas próprias, no seu bairro, na sua rua, na sua região, sugerir aquilo que é melhor. Toda boa ideia dos atuais candidatos, ou até mesmo da atual ou de outras administrações, será preservada. Um exemplo disso é o programa “Bom de Bola, Bom de Escola”, que foi idealizada pelo prefeito Roberto França, e que nós pretendemos reativar. E também o programa “Poeira Zero”, do prefeito Chico Galindo. Nós estamos aí para administrar e fazer o bem para a cidade. Não importa o nome do programa, nós queremos fazer o que é bom para a cidade.



Diário - O senhor por muitas vezes reclamou do fato de estar enfrentando a máquina. De que forma, ela estaria atuando na campanha de seu adversário?

Mauro - A máquina é uma coisa complexa de você perceber, de uma maneira tangível, documental, a sua participação. Mas ela existe de diversas formas, na força de um governo federal, estadual ou municipal, no apoio financeiro que pode ser construído de várias formas, com apoio político, e isso é histórico. Dificilmente você consegue comprovar isso, mas ele é perceptível por muita gente que acompanha política no Brasil, e, em Cuiabá, não está sendo diferente.



Diário - Mas o que está deixando claro que a máquina está sendo usada para favorecer a candidatura do vereador Lúdio Cabral (PT)?

Mauro - Na atuação da Secretaria de Comunicação do Estado, na atuação de pessoas do governo, que entram na campanha. Se nós conseguirmos documentar isso, certamente bateremos à porta da Justiça, para tentar fazer com que a lei seja cumprida, garantindo aí a isonomia e igualdade de competição dos candidatos.



Diário - No domingo, houve uma paralisação na contagem de votos por conta de uma situação jurídica envolvendo o vice da coligação do petista. Como o senhor viu essa situação e o que acha das representações que a chapa interpôs na Justiça por conta disso?

Mauro - O sistema eleitoral brasileiro é reconhecido mundialmente como um dos mais seguros e o Brasil exporta essa tecnologia. E eu lamento que, para tentar esconder um problema que é a impugnação do candidato [Francisco] Faiad, eles estejam querendo criar uma cortina de fumaça, colocando sob suspeição não só a juíza, como também a Justiça Eleitoral de Mato Grosso. O que houve foi um equívoco baseado em uma impugnação que foi feita, não houve uma comunicação entre os órgãos, mas ele está sub judice e tem uma candidatura que será julgada pelo TSE.



Diário - O que o senhor acha que o diferencia do seu adversário?

Mauro - Meu perfil, que é um perfil de administrador, de executivo, de quem há mais de 20 anos está trabalhando com administração, com gestão, tanto pública quanto privada, porque nos últimos seis anos administrei o Sesi, o Senai, que são instituições que têm uma similaridade de gestão, muito próxima da prefeitura de Cuiabá. E o nosso companheiro é vereador por oito anos, é médico e, até onde eu sei, nunca teve uma experiência de administrador nos últimos anos.






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