Quase um ano depois da chegada ao país, no dia 24 de janeiro de 2012, ela se envolveu em um acidente de trânsito. A moto que pilotava bateu de frente com um carro e ela teve a veia cava perfurada, lesão nos tendões dos dois braços, danos no fígado e no baço, além de uma fratura no fêmur.
A jovem passou três meses na UTI e sofreu 11 intervenções cirúrgicas. Ao apresentar melhora, ela foi encaminhada para o semi-intensivo. De acordo com a família, Dimitria apresentou melhora significativa com o passar do tempo, voltou a andar com o apoio de andador, começou a comer sozinha, falar, escrever, não perdeu sensibilidade motora e nem teve sequelas.
A família relata ainda que após um determinado tempo ela foi transferida para um quarto comum, onde esperava cicatrização para uma possível volta para o Brasil, e os parentes foram proibidos de dormir com Dimitria e as visitas passaram a ser reguladas pelo hospital.
Mas, durante a recuperação ela teve uma parada cardíaca e o seu quadro de saúde piorou. De acordo com a família, foi neste momento que começou a pressão do hospital para a transferência da jovem para o Brasil, já que a dívida da internação e tratamento já passava de US$ 4 milhões. Apesar da exigência do hospital a família não queria a transferência, pois acreditava que a estudante não tinha condições para a longa jornada da viagem, e pediram mais um mês de internação que foi negado.
Negligência
Depois de uma negociação com a assistente social e a diretora do hospital, a família acabou convencida de que Dimitria já estava preparada para a viagem, e que seriam oferecidos todos os cuidados necessários e um avião UTI com voo direto para São Paulo, o que custaria US$ 70 mil.
Porém, a família diz que o transporte foi feito em um jatinho executivo onde foi improvisada uma UTI, e para abastecer o avião o piloto foi forçado a parar três vezes. Na terceira, em Manaus, foi quando Dimitria começou a passar mal. O voo saiu da Florida às 10 horas do dia 9 de outubro, e chegou em Manaus às 18h13.
Segundo a mãe da jovem, o transporte da filha foi feito de maneira negligenciada, tanto por parte do hospital quanto do médico que assinou a transferência mesmo sabendo que a paciente não tinha condições de viajar.
Ainda não se sabe o que levou à morte de Dimitria, mas de acordo com a família, a jovem estava desacordada antes mesmo da ambulância da Infraero prestar o socorro. A morte foi decretada às 23 horas da terça-feira.
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