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Internacional
Domingo - 14 de Outubro de 2012 às 11:54

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As acusações de corrupção e as críticas lançadas contra o Governo da Tailândia aumentam devido a sua política de garantir um preço de compra para a colheita do arroz, um subsídio que causará ao país neste ano uma perda superior a US$ 2 bilhões.

O Tribunal Constitucional declarou recentemente por unanimidade que está fora de sua competência o pedido de impedir que o Governo gaste 405 bilhões de bats (US$ 13,191 bilhões) para adquirir a colheita do arroz na safra 2012-2013.

De acordo com o pedido, formulado por 147 professores e estudantes de duas universidades, esta política de subsídios destruirá o livre mercado e a produção de arroz na Tailândia ao transformar o Estado no maior comerciante deste cereal.

O Governo de Yingluck Shinawatra aprovou em outubro de 2011 uma política de subsídio destinada a garantir um preço de compra pactuado para o grão do arroz, uma de suas principais promessas eleitorais.

Entre o mês da aprovação e setembro deste ano, o Governo da Tailândia gastou 300 bilhões de bats (US$ 9,771 bilhões) com este programa de intervenção.

Com um preço pactuado de 15 mil bats (US$ 500) por tonelada, muito acima dos 9 mil bats (US$ 290) estimados pelos especialistas como o atual preço de mercado, o Governo acumulou em seus armazéns mais de 12 milhões de toneladas de arroz por não encontrar comprador.

Nos primeiros nove meses de 2012, a Tailândia exportou cinco milhões de toneladas deste cereal, 44,56% menos que no mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia.

A associação confirmou que a Tailândia, que durante décadas foi o maior exportador mundial de arroz, com quase 30% do mercado, foi superada em setembro por Índia e Vietnã.

O ministro do Comércio, Boonsong Teriyapirom, anunciou um acordo com seis países para a venda de arroz mediante transações entre Governos que representarão uma receita de 240 bilhões de bats (US$ 7,816 bilhões).

"Não haverá nenhum lucro porque é uma política para ajudar os agricultores. No entanto, também não se espera grandes perdas, que rondarão os 80 bilhões de bats (US$ 2,603 bilhões)", declarou o ministro do Comércio à imprensa.

Boonsong ressaltou o sucesso desta política a médio e longo prazo, "uma vez que os demais países exportadores esgotarem seus excedentes de arroz".

"Este será então o momento em que o Governo irá recuperar seu investimento liberando gradualmente suas reservas no mercado mundial", disse o ministro.

Segundo o Executivo, o objetivo principal deste compromisso é melhorar a qualidade de vida da população rural da Tailândia, que representa mais de 40% do país, e garantir sua liderança na exportação mundial de arroz de alta qualidade.

O Partido Democrata, principal grupo da oposição, planeja apresentar uma moção de censura perante o Parlamento contra esta medida, que qualificou de "populista", e acusa o Governo de ganhar votos através do dinheiro dos contribuintes.

Anteriormente, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão mais velho da atual chefe do Executivo, também foi acusado de introduzir durante seu mandato medidas populistas antes de ser derrubado pelos militares em 2006. EFE





Fonte: EFE

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