"Realizamos 51 prisões antes da ocupação. Não tenho dúvida que se entramos sem nenhuma resistência e não encontramos bandidos nem armas no território ocupado foi porque a organização (facção criminosa) já estava enfraquecida", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, em entrevista coletiva na qual fez um balando da operação.
Beltrame disse que o trabalho de inteligência anterior às ocupações permitiu cumprir o objetivo mais importante da ação, "devolver o território a 70.000 moradores da região sem fazer nenhum disparo nem uma única vítima".
Cerca de 1.500 policiais e fuzileiros navais ocuparam hoje, em poucos minutos, o perigoso complexo de favelas de Manguinhos e as comunidades do Jacarezinho, Varginha e Mandela, que eram controladas por traficantes.
Estas favelas na zona norte do Rio de Janeiro tinham se transformado no principal reduto da facção criminosa Comando Vermelho após a ocupação há dois anos do Complexo do Alemão.
Beltrame disse na entrevista coletiva que o êxito da ocupação, o tempo recorde e a total ausência de vítimas foi resultado do "trabalho de inteligência realizado previamente e que permitiu a captura dos criminosos antes da operação".
Segundo o secretário, os agentes de inteligência da polícia identificaram lugares para onde os traficantes poderiam fugir em caso de uma eventual operação.
A vigilância em pelo menos sete favelas nas quais os criminosos contavam com apoio foi reforçada na última semana, quando o governo anunciou que ocuparia no domingo o complexo de Manguinhos e a polícia começou a cercar o conjunto de favelas.
De acordo com o balanço apresentado por Beltrame, em três dias foram detidas 51 pessoas e apreendidos 21 veículos e 21 armas, entre elas três fuzis e cinco granadas.
"O trabalho não começou nem termina hoje", disse a chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, ao admitir que as detenções e as apreensões foram maiores nos dias prévios à ocupação mas que agora será necessário realizar uma operação para localizar o que os traficantes deixaram nas favelas. EFE
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