A festa que aconteceu no último dia 28 de setembro partiu de um pedido feito por uma comissão de formatura para ser aberta à comunidade e foi autorizada pela direção da escola. Em ata, o consumo de bebidas alcoólicas estava proibido, no entanto, segundo uma funcionária da escola, a comemoração estava longe de ser adequada ao ambiente escolar e à idade dos estudantes.
“O que a gente via de errado, tomava deles. Eu tentei recolher aquele narguilé, mas eles não me respeitaram. A professora de artes que é mais amiga deles pediu e eles largaram”, disse a testemunha. Segundo a diretora da escola, Rosângela Fagundes, a festa reuniu mais de 200 pessoas, sendo que pelo menos cem delas não eram alunos da unidade escolar, e tinham idades entre 14 e 20 anos.
Durante a festa realizada no período da tarde, os alunos montaram uma boate. Fotos tiradas pelos estudantes mostram jovens dançando funk de forma provocativa. “As pessoas que vieram de fora trouxeram bebida alcoólica e repassaram aos alunos, assim como maconha. Tivemos alunos que estavam completamente bêbados. Ver uma adolescente dançando assim, como mostra a imagem, é complicado de se ver. Era uma dança sensual que elas faziam”, disse a funcionária da escola.
De acordo com a direção da escola, a Festa da Primavera foi promovida pelos alunos do 9º ano para arrecadar fundos para a formatura. “Eu fiquei no portão da escola com outro inspetor. Pegamos mochilas com bebida e trancamos. Mas saiu do controle. Eram só três pessoas para cuidar de tudo. A festa era aberta para a comunidade. Então vieram vários alunos com bebida e para cuidar foi praticamente impossível”, disse a diretora Rosângela Fagundes.
Durante a festa, a polícia chegou a ser chamada por causa de uma briga do lado de fora da escola. O Conselho Tutelar de Cuiabá fez a denúncia ao Ministério Público que deve investigar o caso. “É uma situação delicada e grave. Se já é proibido adolescentes beberem na rua, imagine em sala de aula. Pedimos ao Ministério Público para que tome providências. Este não é o primeiro caso”, ressaltou o conselheiro tutelar, Devair Rodrigues.
Sobre as imagens dos alunos bebendo e fumando narguilé, a Secretaria Estadual de Educação se manifestou por meio de nota. No comunicado, a pasta disse que pediu informações à escola sobre as denúncias apontadas e que elas serão conferidas durante as visitas feitas semanalmente à unidade.
A assessoria da Promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente de Cuiabá informou à reportagem que pediu a instauração de um inquérito à Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente. A denúncia também foi encaminhada à promotoria da cidadania para investigar a conduta dos dirigentes da escola que permitiram a realização da festa.
Outro caso
Em agosto deste ano outro caso na Escola Estadual Doutor Hélio de Arruda Palma foi parar na polícia. A diretora foi acusada de ofender um aluno por estar sem o uniforme. A família do garoto buscou ajuda do Conselho Tutelar e até um Boletim de Ocorrência foi registrado. Na época, a diretora negou a acusação e se defendeu.
“Eu queria dizer que a história não é verdadeira. O aluno veio sem uniforme. E os alunos que vem sem uniforme nós pedimos para ir em casa novamente se trocar”, disse Rosângela Fagundes na época.
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