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Ciência
Segunda - 15 de Outubro de 2012 às 21:00

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Os ratos mães respondem à cocaína de maneira muito diferente que os ratos que jamais tiveram filhotes, segundo mostrou uma nova pesquisa apresentada nesta segunda-feira na reunião da Sociedade de Neurociência em Nova Orleans.

As conclusões podem abalar os alicerces para tratamentos da dependência humana mais adequados a cada indivíduo, sobre a base de uma compreensão científica da maneira como o gênero, os hormônios e a experiência de vida afetam o uso da droga.

Em uma apresentação oral, a pesquisadora da Universidade de Michigan, Jennifer Cummings, resumiu as conclusões de experimentos com ratos realizados no Instituto de Neurociência Molecular e da Conduta, que é parte da Escola de Medicina da Universidade de Michigan.

Cummings trabalhou com Jill Becker, do Departamento de Psicologia. As pesquisadoras identificaram diferenças claras na intensidade da reação à droga dos "centros do prazer" nos ratos-mães comparada com os ratos que não tinham parido.

Os cérebros dos ratos mães liberaram menos quantidades de um elemento químico chamado dopamina que ajuda a causar o "barato" da cocaína.

Além disso, encontraram uma interação com o estresse: os ratos-mães expostos a períodos de crescente estresse não estavam dispostos a trabalhar por uma dose de cocaína tanto como os ratos que jamais tinham parido.

Tomadas em conjunto as conclusões sugerem que a experiência de ser mãe altera a resposta geral da fêmea à cocaína, o que acrescenta complexidade à questão de qual é o melhor tratamento para a dependência.

"Estas diferenças sugerem que o sistema de recompensa e os circuitos cerebrais afetados pela cocaína são modificados pela experiência maternal", disse Cummings.

"O passo seguinte é determinar a forma como fatores tais como as mudanças hormonais na gravidez e a maternidade adiantada, e como a experiência de cuidar de crianças, podem contribuir de maneira diferente a esta resposta", acrescentou.

As cientistas reconhecem que os ratos e os humanos são muito diferentes, mas a pesquisa com os roedores permite que pesquisadores como Cummings e Becker estudem a química cerebral e o comportamento relacionado com a droga em detalhe, e abre o caminho para traduzir essas conclusões a tratamentos humanos. EFE





Fonte: EFE

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