O aquecimento global altera o equilíbrio da natureza, o que, por sua vez, pode provocar o desaparecimento das espécies, mas não existe uma relação direta entre a elevação das temperaturas e a extinção local de seres vivos, diz John Wiens, da Universidade Stony Brook de Nova York e autor principal do trabalho.
Esta é a conclusão principal de um artigo publicado nesta terça-feira pela revista científica britânica Proceedings of the Royal Society B, no qual pesquisadores americanos analisaram os resultados de 136 estudos prévios que sugeriam uma relação direta entre mudança climática e extinção local.
No entanto, só puderam identificar uma causa em sete deles, e nenhuma foi devido a um aumento das temperaturas. Por outro lado, estas extinções poderiam dever-se a uma alteração no equilíbrio entre presas e predadores, a uma diminuição de espécies polinizadoras, à maior propagação de doenças, a dificuldades para acasalar-se ou a outros desequilíbrios de seu habitat provocados por mudanças no regime de chuvas.
"Dúzias de estudos demonstraram que as extinções locais parecem estar associadas à mudança climática. Na maioria dos casos, a causa principal do declive no número de exemplares não foi identificada, o que ressalta quão limitado é nosso conhecimento neste tema crucial", afirmou Wiens. O especialista ressaltou que estes resultados são, além disso, coerentes com outras sete pesquisas anteriores sobre espécies ameaçadas.
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