No documento, jogador diz ainda que perdoa e "ama muito" o primo
Em carta, Bruno afirma que primo inventou "loucuras" para incriminá-lo
Uma carta obtida com exclusividade pelo jornalismo da TV Record Minas revela o que o goleiro Bruno escreveu ao primo, que o acusou de sequestro e morte da modelo Eliza Samudio, em fevereiro de 2011.
O jogador do Flamengo diz que perdoou Jorge Luiz, que morava com ele no Rio de Janeiro, e procurou a polícia para dar detalhes do crime. O então adolescente era usuário de drogas.
— Se você inventou aquelas loucuras, mentiras, mesmo que hoje todos sofreram muito com tudo aquilo que inventou, foi porque você teve seus motivos. Mas do fundo do coração, eu ainda te amo muito, meu primo.
A Record Minas teve acesso à carta dias antes de o jovem completar 18 anos. Em outro trecho, Bruno lembra que o livrou da morte.
— Lembra quando você e sua mãe me ligaram desesperados falando que traficantes do seu bairro queriam te matar? Pois é, Deus estava te dando um livramento, mais uma oportunidade, uma nova vida.
Segundo a defesa do goleiro, a carta prova que não houve nada de real no depoimento do jovem. O advogado Rui Pimenta alega que Bruno entende que o primo "estava coagido, pressionado para incriminá-lo". Ainda na carta, o atleta diz que nada vai manchar sua carreira no futebol.
— O dom que Deus me deu não se formou ao longo dos anos. Nasci com ele. Da mesma forma que permitiu que eu brilhasse, não permitirá que ninguém ofusque esse brilho. Hoje, nos encontramos atrás das grades. Acredite, meu querido, que em pouco tempo estará livre.
O menor cumpriu dois anos e dois meses de medida socioeducativa por sequestro, cárcere privado e homicídio. Durante esse tempo, não manteve nenhum contato com o goleiro e não recebeu a carta. Quando foi solto, no dia 24 de setembro, Jorge Luiz foi incluído no programa de proteção a testemunhas.
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