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Polícia
Quarta - 04 de Dezembro de 2013 às 08:39

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 A professora Lisanil Patrocínio, diretora da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) – Campus de Juara (709 km ao Norte de Cuiabá) – denunciou que vem sendo ameaçada de morte, por meio de mensagens enviadas pelo celular.
 
As mensagens revelam que a pessoa tem profundo conhecimento da rotina da professora, que, historicamente, milita em favor de negros e índios. 
 
Em seu relato no site da Central Única de Mato Grosso (CUT-MT), Lisanil diz que a ameaças começaram no último dia 24 de novembro. 
 
“Desde domingo à noite (24/11), comecei a receber ligações do número 66-9663-5912 - não dizia nada, apenas um barulho estranho. Passei a não mais atender (eram de 20 a 30 ligações). Assim também foi nos dias seguintes”, contou.
 
A primeira mensagem, segundo ela, foi recebida entre a meia-noite de terça e a madrugada de quarta-feira (27), depois do VIII Seminário de Educação do Vale do Arinos, que aconteceu na Unemat de Juara. 
 
"(...) Você não se intimida, espere para ver o que vai acontecer contigo quando eu colocar as mãos em você". Algumas mensagens diziam: "fogo é perigoso, não é?" e, em seguida, o mensageiro passou a falar onde eu moro", disse a professora, no relato. 
 
Na quinta-feira (28), Lisanil fez Boletim de Ocorrência sobre o caso, e também comunicou o Ministério Público. 
 
“O promotor criminal me atendeu e disse que iria pedir, nessa mesma data, a abertura de inquérito, mas, que a quebra dos telefones dependeriam do juiz”, disse. 
 
Lisanil também contou que, depois do B.O,, novas mensagens de ameaças chegaram ao seu celular. Uma delas foi enviada no dia 29 (sexta-feira) e dizia o seguinte: “A sua morte é uma questão de tempo, pouco tempo". 
 
A professora também destacou que as mensagens passaram a mencionar seu filho, e uma colega de trabalho. 
 
“(...) A professora. Lori Hack, que divide a casa comigo há cinco anos, passou a receber mensagens, pedindo que ela saísse de perto de mim, que não era nada com ela, dando a entender que, quando fosse me atacar, quem estivesse por perto seria prejudicado. Uma das mensagens dizia: "as ruas são escuras"", disse. 
 
No campus
 
Ao MidiaNews, Lisanil disse suspeitar que as ameaças são feitas por alguém de dentro do Campus da Unemat em Juara. 
 
Ela também sugeriu que as mensagens intimidadoras são por conta das disputas internas, no campus. 
 
“Do tempo que estou em Juara, nunca trabalhei de forma tranquila, pois faço parte de um grupo de oposição, que sempre foi contra as posturas majoritárias que dominam o campus da Unemat em Juara”, afirmou.
 
Em seu relato no site da CUT, Lisanil obsrevou que não pode ser penalizada por suas escolhas, principalmente pela postura de militar em favor da minorias. 
 
“Minhas lutas na Unemat nunca foram particulares, escolhi um lado, não posso ser penalizada por isso. Fui eleita para exercer o cargo de diretora político-pedagógica e financeira do campus de Juara, mas eu nunca representei os interesses do grupo dominante, por isso fui impedida de tomar posse. Após quase oito meses de uma batalha jurídica, dois juízes de Juara e de Cáceres determinaram a minha posse imediata”, afirmou. 
 

Reprodução

No detalhe, as cópias das mensagens de ameaças à professora e que foram entregues à Polícia


No final do relato, a professora diz que já sofreu uma série de ameaças, desde que chegou a Juara. No entanto, conforme ela, a situação passou dos limites. 
 
“Há sete anos, estou neste campus, trabalhando muito, como meu currículo pode demonstrar. No decorrer desse tempo, foram muitos projetos e muitos bolsistas. Sofri várias tipos de agressões, verbal, física, inclusive, ameaça que circula por redes sociais, de jogar gasolina em mim. Mas, acho que agora chegamos a uma situação em que não posso me calar. Espero que a minha morte não se concretize, espero continuar lutando por uma Educação pública de qualidade”, completou a professora.





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