A coordenadora da escola, Jussara Ricaldes, onde a criança estuda disse que nunca percebeu nenhum comportamento estranho na menina. “Esta aluna nunca chegou na coordenação reclamando de maus-tratos. Ela sempre foi bem-vinda na nossa escola. É uma aluna muito bem educada, estudiosa e nunca demonstrou nenhum problema vivenciado dentro do lar”, disse.
Para a psicóloga Juciele Rocha, crianças vítimas de maus-tratos e abandono da família podem apresentar problemas emocionais graves e a fuga pode ser um reflexo da situação. “Através deste comportamento ela está dizendo pra gente que alguma coisa não está bem com ela. Ela está querendo fugir deste sofrimento, querendo dar um basta. É o caminho que ela tem”, explicou a psicóloga.
O caso está sendo investigado pela Vara Especializada da Infância e Juventude. Enquanto isso, a garota continua abrigada no Lar da Criança, local onde relatou ter sofrido os maus-tratos. A presidente da Comissão dos Direitos da Infância e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rosarinha Bastos, disse que o procedimento foi correto.
“Se ela está ali naquele momento é porque onde ela estava antes ela estava em um estado de vulnerabilidade pessoal e social. Qual é o procedimento? Ela vai retornar para aquela instituição acolhedora e naturalmente a administração da instituição já tomou as medidas administrativas corretas afastando aquele agente que supostamente possa ter agredido ou não essa criança ou esse adolescente. A equipe multidisciplinar estará trabalhando essas questões pessoais com ela”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Assistência Social do estado, foi aberto um processo administrativo para apurar os fatos. As duas orientadoras denunciadas foram afastadas das funções. A produção de Jornalismo da TV Centro América também entrou em contato com o Juizado da Infância e Promotoria da Infância, mas ninguém quis se pronunciar sobre o caso.
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