Obama diz que rival não é confiável; Romney apela "às famílias"
O presidente dos Estados Unidos e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, disse nesta quarta-feira aos eleitores do Estado de Iowa que não o rival republicano, Mitt Romney, não é confiável. Em visita a outro Estado, Nevada, Romney afirmou que as eleições do próximo dia 6 de novembro marcam uma decisão entre quem é melhor para "as famílias" do país.
Tanto Iowa quanto Nevada são Estados nos quais não há definição sobre o vencedor.
"Não há um assunto mais sério em uma campanha presidencial que a confiança", disse Obama num comício em Davenport, no qual destacou que as propostas que ele defende hoje são as mesmas que apoiava há oito ou dez anos.
Nas últimas semanas o presidente acusou o candidato republicano de mudar de opinião em diversas questões e transformou essa suposta falta de coerência num dos pilares dos ataques a seu rival. "Tenho um plano que realmente criará empregos, reduzirá o deficit e aumentará a segurança da classe média."
O democrata também divulgou um documento de 20 páginas intitulado "O Projeto para o Futuro dos Estados Unidos", que contém suas principais propostas. A publicação parece ser uma resposta ao ataque republicano de que Obama passa mais tempo atacando Romney que explicando propostas.
Entre as propostas aparece maior gasto em educação, impulso à criação de empregos no setor manufatureiro, redução da dependência do petróleo estrangeiro, aumento dos impostos aos mais ricos e construção de mais estradas, pontes e escolas.
Iowa foi a primeira parada de um tour que levará a campanha de Obama a Denver (Colorado), depois a Los Angeles (Califórnia), onde ele gravará aparição no programa "The Tonight Show", de Jay Leno, e finalmente Las Vegas (Nevada), onde fará comício.
REPUBLICANO
Em Reno (Nevada), Romney enfatizou que nessas eleições serão tomadas decisões que "impactarão" na vida das famílias americanas. Durante comício interrompido constantemente pelos aplausos do público, a palavra "família" foi a mais pronunciada por Romney. "Farei tudo o que esteja em minhas mãos para manter o país forte e as famílias fortes."
Também afirmou que, se Obama for reeleito, a dívida pública chegará aos "US$ 20 trilhões" em quatro anos.
Romney assegurou que os debates na TV entre ele e Obama e entre os candidatos a vice "impulsionaram" a campanha republicana e enfraqueceram os democratas.
O ex-governador não falou da polêmica suscitada por declarações de Richard Mourdock, candidato republicano ao Senado pelo Estado de Indiana, nas quais vinculou as gestações resultantes de estupros com "a vontade de Deus". "Me dei conta que a vida é o presente de Deus. E acho que, inclusive quando a vida começa em uma situação horrível de estupro, é algo que Deus queria que acontecesse", afirmou.
Em entrevista, Mourdock admitiu "falta de clareza" e lamentou "profundamente" a interpretação que foi feita pela mídia, mas evitou desculpar-se por seu conteúdo. Romney afirmou estar "totalmente em desacordo com o que disse" Mourdock, mas não lhe retirou o apoio na corrida pelo Senado.
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