“Meu filho chegou com 45% do corpo queimado e teve de esperar oito dias para conseguir uma vaga. Isso foi um milagre porque tem gente que espera até um mês na fila da enfermaria para entrar no CTQ”, disse a arquiteta Maria Tereza Figueredo Pirajá, mãe do paciente. Além dele, outras duas pessoas ficaram feridas durante a explosão. De acordo com a mãe do rapaz ferido duas crianças também estavam na lancha e estão em tratamento na unidade.
O secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Correia, informou que apenas uma unidade de tratamentos de queimados no estado de Mato Grosso, não é suficiente para suprir a demanda. Ele explica que os casos mais graves são avaliados pela equipe médica e dessa forma remanejados para o CTQ.
Segundo ele, para ser credenciado como hospital de queimados é preciso construir uma nova unidade de saúde capaz de atender às exigências do Ministério da Saúde com um centro cirúrgico e uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, segundo ele, com a estrutura que possui hoje o Pronto-Socorro da capital não tem condições de atender as exigências do governo federal devido à falta de espaço. “Precisamos de construir uma nova unidade em outro lugar para buscar o atendimento ideal em Cuiabá”, explicou.
Unidade recebe até 250 pacientes por mês, mas só
tem vaga para 8 (Foto: Marcelo Ferraz/ G1)
Também internado na unidade, o motorista de caminhão Jeremias Farias, que se queimou ao manusear gasolina, aguardou cerca de dez dias para ser atendido. Segundo ele, há várias pessoas na enfermaria do lado de fora do CTQ à espera por uma vaga. “ O sofrimento é enorme para quem fica esperando um leito lá fora no setor de urgência. A demora acaba provocando desespero nas vítimas”, lamentou.
Apesar de contar com apenas oito vagas para atender casos mais graves de queimaduras, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) recebe uma demanda mensal de até 250 pessoas vítimas de queimaduras no estado. Deste total, cerca de 10% são casos de alta complexidade que são remanejados para ala especializada no tratamentos de queimados. Conforme a administração do hospital, a maior parte dos internados sofreu algum acidente com álcool, óleo e outro tipo de líquido quente.
"Temos que aumentar a estrutura do Centro porque não aguenta todos os queimados que chegam aqui no hospital. Precisamos ampliar o número de leitos, o espaço aqui ainda é pequeno”, declarou Simone Daniele Mello, enfermeira responsável pelo CTQ do hospital.
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