Apesar disso, a participação feminina cresceu nestas eleições, em comparação com as eleições de 2008. Neste ano, na disputa para prefeito, 673 mulheres venceram ou foram para o 2º turno, 12% do total. Em 2008, 506 mulheres, ou 9% do total, foram eleitas prefeitas.
Para as câmaras municipais, 7.653 mulheres foram eleitas em 2012, 13,33% do total. Em 2008, 12,53% do total de vereadores eleitos eram mulheres.
A diferença nas candidaturas femininas foi expressiva. Neste ano, 31,89% dos candidatos a vereador eram mulheres. Em 2008, apenas 22% dos candidatos eram do sexo feminino.
Minirreforma eleitoral
O aumento pode ser explicado porque, em 2009, o Congresso Nacional aprovou a minirreforma eleitoral (Lei 12.034/09). Pela nova lei, os partidos foram obrigados a preencher 30% das vagas em eleições proporcionais com candidatos de um dos sexos. Antes, a lei obrigava apenas a reserva de 30% das vagas, e não o preenchimento efetivo.
A ocupação de 31% das vagas de candidatos, porém, ainda não se refletiu na eleição de mulheres, já que apenas cerca de 13% dos eleitos a vereador são mulheres.
Segundo a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), essas eleições representaram um avanço, mas é preciso fazer mais. "Nós, mulheres, somos 52% da população, e queremos paridade feminina na política".
Para a deputada, é preciso investir numa reforma política profunda, com financiamento público de campanhas, para garantir igualdade de condições na disputa entre homens e mulheres.
Ranking mundial
Um estudo da União Interparlamentar, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil na 120ª posição em ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos. Do total de 513 deputados, apenas 42 mulheres (8,18%) foram eleitas para esta legislatura.
Apesar disso, o cientista político Alexandre Horta avalia que, nas próximas décadas, a participação política vai se tornar paritária. "Eu acho que, em no máximo 30 anos, haverá uma igualdade entre os gêneros dentro do Parlamento, das prefeituras, das câmaras estaduais e de vereadores". O cientista político afirma, no entanto, que, para isso, é preciso que os partidos invistam mais na participação feminina.
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