No final da manhã desta quarta, deputados da base protocolaram na Mesa do Congresso Nacional pedido de prorrogação de 48 dias. O prazo, segundo ele, seria suficiente para a discussão do relatório final, que apresenta propostas e recomendações ao Ministério Público.
O requerimento já tem a adesão 212 deputados e 34 senadores. A prorrogação só depende agora da conferência das assinaturas e da leitura do pedido pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o que pode ocorrer ainda nesta quarta, segundo o relator.
Odair Cunha disse que, caso o prazo de 48 dias seja confirmado, deve ler e entregar o relatório em 20 de novembro. Ele não deixou claro, no entanto, se neste prazo adicional novas quebras de sigilo ou convocações poderiam ser aprovadas. "Foi uma forma que encontramos [requerimento] de adiar [a CPI] enquanto o prazo estiver incerto", disse Odair.
A oposição, no entanto, já elaborou outro requerimento, que pede prorrogação de 180 dias, mas esse pedido ainda não tem as assinaturas necessárias. Para os oposicionistas, esse seria o prazo necessário para aprovar quebras de sigilo e convocações.
"Esses 48 dias é o tempo da farsa. Nada mais vai ser investigado", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) o que ocorre é uma enrolação. "O que ocorre é uma enrolação. Vocês estão assistindo a maior vergonha do Congresso Nacional. É, descaradamente, uma forma de encobrir um esquema de corrupção", disse o senador.
O relator, Odair Cunha, admitiu, no entanto, que se o pedido para o prazo maior conseguir assinaturas necessárias, ele deve "prevalecer" sobre o outro pedido, de prazo menor.
"O impasse parmanece. Se o requerimento de 180 tiver as assinaturas, regimentalmente, ele prevalece [...] O prazo de 48 dias será para o relatório", disse o relator.
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