As definições foram tomadas após uma sequência de críticas trocadas entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto. Eles divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirma ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário afirma não ter recebido proposta e diz que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.
Nesta tarde, Dilma e Alckmin definiram os primeiros passos para encerrar a polêmica. Segundo a assessoria do governo paulista, na conversa entre Dilma e Alckmin ficou definido que a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e Ministério da Justiça devem se reunir para definir quantos serão os detentos transferidos e para quais presídios serão levados.
Dilma e Alckmin acertaram que o acordo terá o mesmo status que parcerias para as obras de infraestrutura, habitação popular e combate à miséria. Ainda de acordo com o governo de São Paulo, será formado grupo de trabalho para estudar outros possíveis apoios.
Em Brasília, a informação sobre a conversa foi divulgada pela ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas. Segundo a ministra, Alckmin aceitou o auxílio da União para reforçar a segurança no estado.
Reunião em São Paulo
Helena Chagas informou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá a São Paulo na próxima semana para se reunir com integrantes do Palácio dos Bandeirantes e começar a delinear as estratégias da ação. Nesta conversa preliminar, os representantes das esferas federal e estadual irão debater o que é possível fazer para conter a ação dos criminosos.
“A situação [de violência] levou a presidente a ligar para o governador. O importante é prestar um serviço à população de São Paulo”, disse a ministra da Comunicação Social.
A conversa entre Dilma e Alckmin ocorreu por volta das 14h e foi breve, de acordo com a ministra. Helena afirmou que, no contato telefônico, a presidente e o governador não chegaram a tratar como se dará a força-tarefa.
A ministra ressaltou que a presidente e o governador não abordaram no telefonema a troca de críticas entre o ministro da Justiça e o secretário de Segurança Pública de São Paulo. De acordo com Helena, a conversa entre Dilma e Alckmin foi institucional. "A presidente não participa dessa troca de versões", disse.
Morte de PMs e aumento da criminalidade
Desde o começo do ano, 88 policiais militares foram executados em São Paulo. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública.
O Ministério Público apura se policiais militares estão envolvidos em mortes: há suspeitas de que agentes da lei descontentes com as mortes dos colegas formaram grupos de extermínio e milícias para revidar os ataques contra criminosos.
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