Entre os que compareceram à cerimônia, a melhor amiga de Ana Carolina, a fotógrafa Angélica Goudinho, que afirma não sentir revolta e pretende reverter a situação em algo para o bem. “Não tenho o sentimento de revolta, só rezo para que tudo fique bem o quanto antes, para acabar com essa angústia da mãe dela. Fico muito triste de não ter ela do meu lado, isso dói, mas ficar com raiva não vai trazer ela de volta. A gente quer é lutar pela paz no trânsito”, afirma Angélica.
Para a mãe da vítima, Gláucia Cópia, o sentimento continua sendo de tristeza. “Vivemos 21 anos uma para a outra. O sentimento é de tristeza e revolta. Perdi minha filha, ela não está entre nós, mas a pessoa que cometeu esse crime continua solta por aí. Quantas mães ainda vão chorar?”, indaga Gláucia.
Gláucia Cópia espera que o acusado seja condenado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. “O que mais me deixa indignada é ele ter atropelado e não ter prestado socorro, além de tudo ainda forjou o roubo do carro dele; essa é minha mágoa. Ele tirou a única coisa que eu tinha, agora vou sobreviver não viver”, desabafa a mãe de Ana Carolina.
Segundo a mãe da jovem, a polícia continua trabalhando no caso e, dentro de aproximadamente 15 dias haverá um reconstituição do crime.
Busca por doadores de sangue para Ana Carolina
movimentou redes sociais (Foto: Arquivo Pessoal)
Caso e mobilização
Ana Carolina Teixeira, de 21 anos, foi atropelada no dia 23 de setembro quando voltava do trabalho, por volta das 4h. Ela foi surpreendida por um veículo em alta velocidade na rua Governador Pedro de Toledo. O motorista que estava no carro não prestou socorro à vítima, que foi levada para a Santa Casa de Santos e passou por uma cirurgia por causa de um traumatismo craniano. A jovem permaneceu internada mais de uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em coma induzido, até sofrer uma parada cardíaca e morrer.
Dias depois do acidente, amigos de Ana Carolina se mobilizaram em uma rede social para conseguir doações de sangue. Apenas na quarta, 59 pessoas foram até o hospital doar sangue em nome dela. Em uma das mensagens colocadas na rede social, mais de 2 mil pessoas compartilharam a ação, e o número de doadores não parou de crescer. Segundo a Santa Casa de Santos, o acidente com a jovem mobilizou um número recorde de doadores na cidade. Foi o maior movimento dos últimos cinco anos no local.
O carro foi encontrado no começo do mês de outubro em uma oficina mecânica de Santos. O carro encontrado apresentava vários sinais que apontam uma colisão, já que está com o capô amassado, sem o farol do lado direito e com o para-brisa quebrado.
Durante as investigações, o que mais chamou a atenção da polícia é que um boletim de ocorrência de furto foi registrado um dia depois do atropelamento. No documento, os proprietários do veículo afirmavam que o carro tinha sido roubado no dia que Ana Carolina foi atropelada.
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