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Internacional
Domingo - 04 de Novembro de 2012 às 00:20

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O frio se tornou a nova ameaça para os afetados pela supertempestade Sandy e a falta de gasolina gera ansiedade entre os nova-iorquinos, enquanto a cidade dá sinais de volta à normalidade com a volta da energia a Manhattan e o restabelecimento de 80% do serviço de metrô. Cinco dias após a passagem de Sandy, 194 mil residências de Nova York ainda não tinham eletricidade, em um momento em que o frio começa a apertar neste outono boreal, informou no sábado o prefeito Michael Bloomberg. A temperatura oscilará entre 4 e 0 grau nos próximos dias e se tornará, segundo o prefeito, o principal perigo para os afetados que vivem em residências sem energia elétrica ou não têm gasolina para alimentar geradores.

Ele pediu a idosos, a pais de crianças com menos de um ano e àqueles que sofrem do coração e outras doenças nesta situação que vão para refúgios, onde terão teto e comida e poderão se proteger do frio. Também advertiu que não se aqueçam com fornos a gás, devido ao risco de intoxicação. A situação mais desesperadora se vive nos bairros de Staten Island, onde Sandy fez 22 das 42 vítimas fatais da cidade, Rockaways, no sul do Brooklyn e Coney Island, em Nova York, e em Hoboken e na costa de Nova Jersey, onde as pessoas continuam sem energia elétrica, com seus pertences arruinados pela inundação e suas casas danificadas ou completamente destruídas. Bloomberg informou que um milhão de refeições diárias continuarão sendo distribuídas aos afetados entre as 13h00 e as 17h00 locais em mais de uma dezena de postos de distribuição. Os moradores do sul de Manhattan respiraram aliviados neste ensolarado sábado de outono, após passarem quatro noites sombrias na absoluta escuridão e quatro dias paralisados pela falta de eletricidade. Em toda a costa leste dos Estados Unidos, cerca de 2,5 milhões de clientes (entre residências, empresas e comunidades) permanecem sem eletricidade, informou o Departamento americano de Energia (DoE, na sigla em inglês).

O estado mais afetado pela falta de luz era Nova Jersey, onde 1,2 milhão de clientes continuava sem energia, seguido de Nova York (871.161), Pensilvânia (153.695), e Connecticut (132.085), entre outros estados da região. Embora a energia elétrica comece a se restabelecer em Nova York, a escassez de combustível abate os ânimos dos nova-iorquinos, que fizeram longas filas em locais que ainda não conseguiram normalizar o abastecimento, uma vez que 38% dos postos estão sem combustível ou sem eletricidade. Amir, um taxista argelino de 40 anos, disse à AFP que precisou fazer fila por duas horas para conseguir abastecer seu carro no Queens, e outro, Shamim Ahmad, acrescentou que dois de seus colegas tiveram que parar de trabalhar por falta de combustível. Motoristas particulares tiveram que abandonar os carros com os tanques vazios, após uma busca infrutífera por combustível. Para aliviar a situação, Cuomo anunciou que seriam distribuídos 40 galões gratuitos de gasolina por pessoa em cinco pontos da cidade. No entanto, após horas de espera, a Guarda Nacional anunciou às centenas de pessoas que aguardavam a chegada do combustível ao posto de distribuição do Bronx a pé, levando recipientes nas mãos, ou dentro dos carros, que o combustível não chegaria este sábado. As mais de 200 pessoas se retiraram em calma, assim como os carros que faziam uma fila de cerca de dois quilômetros, segundo estimativas feitas pelo tenente-coronel James Freehart.
 
Duas horas antes do anúncio, o governador mCuomo escreveu no microblog Twitter, "não demorará muito agota: @NationalGuardNY diz que 28 milhões de galões de combustível (112 milhões de litros) se dirigem a #NYC agora e as filas começarão a se dissipar". Apesar do contratempo, o prefeito Bloomberg calcula que em dois dias o fornecimento de gasolina estará normalizado. A escassez de gasolina afeta ainda mais duramente Nova Jersey, onde no norte do estado 80% dos postos estão fechados. Por causa da situação, o governador republicano, Chris Christie, que, após a tempestade, derramou elogios a Obama, implantou um regime de racionamento em seu estado: veículos com placas terminando em números pares abastecem num dia, e ímpares, no dia seguinte. A três dias das eleições, o presidente Barack Obama afirmou que "ainda há um longo caminho a se percorrer até que a população de Nova Jersey, Connecticut, Nova York e algumas áreas vizinhas tenham suas necessidades básicas satisfeitas e retomem a rotina". Em declarações feitas em Washington, Obama destacou que "é crucial que a energia elétrica seja restabelecida o quanto antes", antes de partir para o estado-chave de Ohio, onde as pesquisas lhe dão uma pequena vantagem sobre o republicano Mitt Romney, que, esta manhã, visitava New Hampshire. Segundo analistas, o furacão permitiu a Obama mostrar liderança e recuperar o fôlego perdido para Romney, na reta final da campanha democrata.

No próximo dia 6, terça-feira, dia da eleição presidencial, a Guarda Nacional prevê transformar seus caminhões em postos de votação nas áreas onde ainda faltar eletricidade ou que tiverem sofrido sérios danos causados pela tempestade. Na manhã deste sábado, milhares de atletas de vários países, que haviam viajado a Nova York para participar da tradicional maratona da cidade, cancelada na última hora, corriam pelas trilhas do Central Park. Quarenta e sete mil corredores de 125 países deveriam participar da maratona, que o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, queria realizar até a manhã de sexta-feira, apesar dos contratempos. À tarde, ele teve que voltar atrás, diante da reação contrária dos nova-iorquinos, que ainda sofrem os efeitos da tempestade e estão de luto pelos 42 mortos registrados na cidade. A supertempestade Sandy, que castigou a costa leste americana, deixou mais de uma centena de motos e causou danos calculados em até 50 bilhões de dólares. rn-avz/ll/mvv/lb




Fonte: AFP

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