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Nacional
Segunda - 05 de Novembro de 2012 às 22:47

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O brasileiro que foi preso no Paraguai, suspeito de tentar comprar um bebê indígena, deve ser transferido a qualquer momento para uma penitenciária de Cidade do Leste, no Paraguai. João Batista Lourenço, de 52 anos, está na carceragem da Polícia Nacional do Paraguai, desde quinta-feira (1º).

À RPC TV, o brasileiro afirmou que não sabia da negociação envolvendo dinheiro. Segundo ele, uma mulher prometeu que encontraria um menino para adotar. Lourenço tem três filhas e fez uma vasectomia para não ter mais filhos.

Ele conta que a ideia de ter outro filho surgiu após o segundo casamento. “Eu fui atrás de um menino porque eu tenho três meninas e não consegui ter um piá (garoto). Então, eu quero esse menino para eu criar ele porque eu tenho condições de criar ele, eu tenho bens. Eu trabalho aqui, trabalho no Paraguai, já trabalhei para muitos lugares”, disse.

"Ajuda à mãe"
Lourenço negou que tivesse comprado a criança, mas pretendia ajudar a família do bebê. “Uma mulher falou para mim que tinha uma pessoa que ia doar um bebê para mim, uma criança (...). Ela falou para mim que ia trazer a criança e trouxe", diz.

De acordo com o homem, a mulher teria lhe falado ainda, ao entregar o bebê, que não deveria jogar o bebê fora. "Eu ia levar um indígena mesmo, mas sabendo que era um negócio irregular que eu tinha na mão”, relatou o brasileiro.

O brasileiro mora em Santa Rita, no Paraguai, onde tem uma propriedade e cria gado. No Brasil, tem terras em Cascavel, no oeste do Paraná.

Sobre a certidão de nascimento falsificada, em que ele aparecia como pai da criança, garantiu que apenas recebeu o documento para poder levar o bebê. “Essa certidão, quem fez me entregou e falou que era uma garantia para eu viajar para qualquer lugar que eu quisesse”, argumentou.

A mãe da criança e a paraguaia que aparece nas imagens durante a negociação também continuam presas. Já a criança, permanece em um abrigo sob custódia da Justiça do Paraguai. O bebê foi encaminhado para exames para verificar o estado de saúde. O resultado deve sair na terça-feira (6).

A polícia ainda procura pelo cacique da tribo onde o menino nasceu e por outra mulher, suspeita de participar das negociações.

Entenda o caso
Na quinta-feira, um cinegrafista de uma rede de TV paraguaia fazia imagens na região da rodoviária de Cidade do Leste. Durante o trabalho, percebeu uma movimentação estranha de um grupo de pessoas. Nesse momento, apontou a câmera e começou a filmar a negociação da criança.

Nas imagens, é possível perceber que a mãe reluta por alguns instantes a entregar o filho. Duas mulheres e uma adolescente entregaram o dinheiro e saíram com a criança.

Após registrar as imagens, o cinegrafista entrou em contato com a polícia e com os colegas. Minutos depois, os policiais encontraram a criança em um carro, junto com o brasileiro e as mulheres que participaram das negociações. A mãe do menino foi presa na sequência.






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