Balanço da Polícia Civil apontou que Cuiabá soma 181 homicídios registrados de janeiro a outubro de 2012, o que demostra uma pequena redução desses crimes, pois em 2011 foram 194 homicídios registrados no mesmo período. Ao contrário de Várzea Grande, região metropolitana da capital, onde os homicídios tiveram um aumento neste ano em comparação com o ano de 2011. Desta forma, este ano foram registrados 119 homicídios. Já nesse mesmo período do ano passado, foram 104 assassinatos.
Na capital, conforme um balanço divulgado pela Polícia Civil, outubro foi um dos meses mais violentos do ano. Com 22 assassinatos, o registro ficou menor somente que os meses de março e abril, que contabilizaram 26 e 24 homicídios, respectivamente.
Motivo fútil
Conforme um balanço divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), dos 122 homicídios com causa identificada contabilizados nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, durante o 1° semestre deste ano, 53,28% foram cometidos por motivo fútil, onde a vítima morre por causas banais. O restante desse total, 46,72% foram por outros motivos.
De acordo com balanço divulgado pelo CNMP, dos 261 homicídios com causa identificada contabilizados nas duas cidades no ano passado, 47,13% foram cometidos por motivo fútil. O CNMP aponta ainda que em 2011, nas duas cidades, onde foram feitos os estudos, do total de 261 homicídios com causa identificada, 119 assassinatos foram cometidos por envolvimento com drogas. Já em 2012, o balanço aponta que até o primeiro semestre, do total de 122 homicídios registrados com causa identificada, 53 eram por motivos de drogas.
Os órgãos de segurança consideram de razão fútil e por impulso as mortes por vingança, desavenças, passionais, rixa, embriaguez, entre outros. Segundo o CNMP, o quadro de "banalização da violência no país é extremamente preocupante".
Os homicídios por motivos desconhecidos, sem identificação das causas, no ano de 2011,
contabilizavam 81 registros. Já em 2012, até o primeiro semestre, os assassinatos por motivo desconhecidos contavam cerca de 54 registros.
Banalização da vida
O promotor de Justiça Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, que atua no Tribunal do Júri em Cuiabá, ressaltou que esses dados não podem ser analisados de forma geral. Segundo ele, são vários fatores que incidem nesses números. “Temos que analisar cada caso isoladamente para emitir uma opinião sobre esses crimes. É lógico que a ausência de políticas públicas, seja na área da segurança, educação e a falta do investimento na inclusão social são fatores que contribuem para essa realidade. Portanto, temos que analisar o contexto desses fatos”, declarou o promotor.
Além disso, o promotor ressaltou que o alto índice de homicídios por motivo fútil pode revelar a banalização da vida humana. “Hoje as pessoas matam por motivos banais, sem ter uma proporcionalidade para entender o que a levou a cometer esse crime. Desta forma, o tráfico de entorpecentes, a bebida alcoólica e, consequentemente, a desagregação familiar podem ser os motivos que acabam incidindo nesses dados. Porém, há vários outros fatores que também devem ser levados em conta para entendermos cada caso”, afirmou o representante do Ministério Público Estadual.
O promotor afirmou ainda que em Cuiabá também existe os problemas da gangues que entram em confronto, disputando espaço para vender as drogas e isso, segundo Cordeiro Piedade, provoca os conflitos onde os homicídios acabam ocorrendo com frequência na capital.
Campanha
O Conselho Nacional do Ministério Público lançou nesta quinta-feira (8) a campanha "Conte até 10", direcionada à prevenção de homicídios que acontecem no Brasil por motivos fúteis ou por ações impulsivas. O estudo sobre o tema tem dados de 16 unidades da federação. O Ministério Público Estadual de Mato Grosso informou que no próximo dia 13 de novembro, na terça-feira, essa campanha também será lançada na Escola Cesário Neto, em Cuiabá.
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