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Nacional
Terça - 13 de Novembro de 2012 às 18:48

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira (13) que "preferia morrer" a ficar preso no sistema penitenciário brasileiro. “Do fundo do meu coração, se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferia morrer”, afirmou durante um almoço com um grupo de empresários em um hotel do Brooklin, na Zona Sul de São Paulo.

Cardozo afirmou que os presídios no Brasil ainda "são medievais" e as condições internas precisam ser melhoradas. “Não há nada mais degradante para um ser humano do que ser violado em seus direitos humanos", disse.

Ministro Eduardo Cardozo (Foto: Tatiana Santiago/ G1)
Ministro José Eduardo Cardozo participa de evento
em São Paulo (Foto: Tatiana Santiago/ G1)

Durante o evento em São Paulo, o ministro evitou comentar as penas aplicadas aos reús do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o ministro não quis falar sobre a aplicação das penas.

“Eu como cidadão brasileiro tenho as minhas impressões, meus sentimentos em relação a esse processo que julgou o mensalão no STF, mas como ministro eu não comentarei jamais”, disse ele, ressaltando que seu papel é garantir a divisão dos três poderes. "Não me sentiria agindo corretamente no meu ofício se fizesse qualquer comentário."

Segurança em São Paulo
Na segunda-feira (12), o ministro participou de reunião com o governador Geraldo Alckmin para celebrar acordo de cooperação com o estado para combater a onda de violência. Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados e houve alta no total de homicídios.

Segundo Cardozo, o ministério não pode interferir diretamente no policiamento ostensivo no estado de São Paulo para diminuir os índices de criminalidade. “Eu tenho que atuar no meu quadrado”, disse. "Organizações criminosas têm que ser enfrentadas com energia e vontade política. E competência baseada em métodos de inteligência e planificação. Não se pode fechar os olhos para o crime organizado", afirmou.

O ministro ressaltou que não há crime organizado que funcione sem a corrupção. Segundo ele, o problema não está apenas nos "agentes públicos", mas também no "mundo privado" que acaba alimentado o ciclo da violência com práticas como o pagamento de propina.

"A corrupção é um negócio que infelizmente vem da nossa cultura. É um problema no mundo, mas na cultura brasileira a falta de distinção entre o público e o privado é um negócio que é assustador. Síndico de prédio no Brasil, às vezes, superfatura o capacho da entrada do prédio", afirmou.

Fiscalização contra o crime
Sobre o plano contenção nas divisas, Cardozo afirmou que a fiscalização será reforçada no estado nos planos terrestre, aéreo e marítimo. Nos pontos terrestres, a contenção será feita pelas Polícias Rodoviárias Estadual e Federal, Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Civil, Polícia Militar, Receita Federal e Secretaria da Fazenda.

Durante a palestra para empresários, Cardozo disse que todos que governam têm responsabilidade sobre a segurança pública e afirmou que é “hora de parar de fazer jogo de empurra-empurra”.

Ele também reclamou da falta de diálogo entre as diferentes esferas de governo no país, porém, preferiu um tom mais ameno quando foi questionado sobre a discussão que teve com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto.

“Uma coisa que aprendi na vida é que, para ler um livro, você vira páginas. Eu começo a ler a página a partir do momento em que nós sentamos, com o telefonema do governador Geraldo Alckmin e da presidente Dilma Rousseff, em que foi decido que nós estaríamos trabalhando em conjunto. Eu começo a ler esse livro a partir dessa página", afirmou.

O ministro e o secretário divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirmava ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário dizia não ter recebido proposta e que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.





Fonte: Do G1

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