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Quarta - 14 de Novembro de 2012 às 09:28

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Otmar de Oliveira
Caminhada pela Paz pela morte de avó e neto de 4 anos serviu para coletar assinaturas para propor mudanças no Código Pen
Caminhada pela Paz pela morte de avó e neto de 4 anos serviu para coletar assinaturas para propor mudanças no Código Pen

Além de prestar apoio e solidariedade aos familiares da professora Admárcia Mônica da Silva Alves, 44, e o neto Ryan Alves Camargo, 4, brutalmente assassinados em Cuiabá, integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas da Violência (AFVV)aproveitaram a Caminhada pela Paz realizada na tarde desta terça-feira (13) para coletar assinaturas para propor mudanças no Código Penal e aumentar a pena para crimes hediondos no Brasil.

A campanha acontece em todo o país, pois é necessário pelo menos 1 milhão de assinaturas no anteprojeto já elaborado por uma comissão de juristas e que será avaliado pelos parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados, em Brasília.

As principais mudanças propostas são aumento do período máximo de prisão de 30 para 50 anos, aumento da pena mínima para o crime de homicídio simples, de 6 para 10 anos, elevação do tempo para progressão de pena e a volta do exame criminológico para concessão de benefícios penais. Em Cuiabá o movimento é liderado pelo presidente da AFVV, Heitor Geraldo Reyes, que teve o filho Alexandre Andrade Reyes,18, assassinado durante uma discussão de trânsito em São Paulo em maio de 2008.

Familiares de outras vítimas assassinadas de forma brutal em Cuiabá também participaram da caminhada e ajudaram na coleta de assinaturas. Entre elas, estava presente Jorgemar Luis Silva Pinto, pai do menino Kaytto Guilherme Nascimento Pinto,10. O garoto foi vítima de violência sexual e assassinado em 2009 pelo maníaco Edson Alves Delfino, na época com 30 anos e já condenado a 46 anos e 8 meses de prisão por violência sexual e assassinato do menino Anderson Costa da Silva, 10, e abuso sexual de outra criança em Primavera do Leste, mas continuava solto após ter cumprido uma parte da pena e ter sido beneficiado pela progressão de regime.

Também presente na passeata e ajudando a coletar assinaturas estava e Odilza Sampaio, mãe de 2 garotos mortos há 16 anos, em um lago do bairro Tijucal, em Cuiabá, Marcos Henrique Sampaio, 19, e Wellington Sampaio, mas os corpos não foram encontrados até hoje. Pessoas que após sofrer na pele a dor da perda de um ente querido vítima de violência, decidiram abraçar a causa e lutar por justiça e penas mais duras para quem comete crimes contra a vida. Várias pessoas que participaram da mobilização assinaram o nome apoiando a causa.

Heitor Reyes disse que hoje em dia as pessoas não têm mais medo da prisão e nem das leis do Código Penal Brasileiro. “Não podemos aceitar essa violência em Mato Grosso e nem no Brasil. As assinaturas para tentarmos aumentar as penas para crimes hediondos é um protesto pacífico. Hoje em dia ninguém está livre da violência, de ser a próxima vítima ou perder um familiar de forma trágica e brutal”, enfatizou.

Heitor lembrou ainda que Mato Grosso é o Estado que coletou menos assinaturas até o momento, cerca de 500 apenas. Ressalta, porém, que a mobilização começou agora e pede a colaboração de toda a população mato-grossense que clama por Justiça e quer dar um basta na violência. Também é possível aderir ao movimento através da internet por meio do site www.pelofimdaimpunidade.com.br onde é possível assinar a petição e apoiar a causa.

A nova proposta para o Código Penal foi elaborada por uma comissão de juristas e aprovada pela União em Defesa das Vítimas de Violência (UDVV) que defende a adoção de penas mais rígidas para os crimes contra a vida. “Reconhecermos avanços no que diz respeito a vários itens. Porém, as medidas para combater os crimes contra a vida ainda se encontram um tanto quanto tímidas – as penas remontam à criação do Código Penal, em 1940. Por isso, apresentamos alguns pontos que consideramos necessário aperfeiçoar no anteprojeto elaborado, que será avaliado pelos parlamentares”, justifica a entidade em seu site.





Fonte: A Gazeta

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