- Nossa pretensão é não adiar o julgamento. Esperamos que não haja cerceamento de defesa.
A movimentação começou cedo em frente ao Fórum, onde às 9h está previsto para começar o julgamento de Bruno e outros quatro acusados da morte da modelo Eliza Samúdio. Equipes da Guarda Municipal e do Esquadrão Antibombas já chegaram ao prédio. Na parede da Escola Fundamental Babita Camargo - unidade municipal ao lado do Fórum - uma pichação de protesto contra o atleta: “Bruno, me diga com quem tu andas que eu te direi quem tu és...”
Eliza Samúdio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 - no ano anterior, ela havia denunciado Bruno e Macarrão por agressão numa delegacia do Rio. Vinte dias depois, a polícia recebeu denúncias anônimas de que ela teria sido morta por Bruno e dois amigos dele no sítio do goleiro, em Esmeraldas, Belo Horizonte. A polícia começou a fazer buscas pelo corpo.
No dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho, à época com 17 anos, havia participado do crime e contado em detalhes como Eliza fora assassinada. O menor foi apreendido na casa de Bruno, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Em depoimento, o adolescente confessou ter participado do crime e contou que Eliza havia sido levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada por Bola. A modelo teria sido estrangulada e esquartejada. Ainda segundo o menor, os restos mortais dela teriam sido jogados para os cachorros do ex-policial.
No dia seguinte, a mulher de Bruno, Dayane dos Santos, foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negaram participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, todos os suspeitos foram indiciados pelo sequestro e morte de Eliza - Bruno foi apontado como mentor e mandante do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada.
No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado.
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