"A partir daqui, anunciamos com outros líderes (de facções) que estamos acabando com a divisão", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multidão de cerca de mil pessoas que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital política da Cisjordânia.
Os seis dias de ataques israelenses à Faixa de Gaza já deixaram 90 palestinos e 3 israelenses mortos.
Jovens palestinos bloqueiam estrada entre Ramallah e Nablus, usada por colonos israelenses, para protestar nesta segunda-feira (19) contra a ação israelense na Faixa de Gaza (Foto: AFP)
Dentre os presentes, estavam integrantes do alto escalão do Hamas na Cisjordânia, assim como funcionários da liderança de sua rival menor Jihad Islâmica, informou um correspondente da France Presse.
A Praça Manana de Ramallah se tornou um mar de bandeiras palestinas, enquanto a multidão gritava "Unidade!" e "Atinjam, atinjam Tel Aviv", em um apelo aos militantes do Hamas que dispararam ao menos cinco foguetes contra a cidade costeira deste quinta-feira.
"Quem fala sobre divisão depois de hoje é um criminoso", disse o líder do Hamas Mahmud al-Ramahi, à multidão.
O Fatah e o Hamas, as duas principais facções nacionais palestinas, travaram uma intensa disputa por anos.
Mas o atual derramamento de sangue na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, onde Israel realizava nesta segunda-feira um sexto dia de ofensiva aérea que já matou até agora 90 palestinos, parece ter levado a uma reconsideração das rivalidades tradicionais.
Israel afirma que atacou para se defender de foguetes lançados por militantes palestinos sobre seu território.
Como começou?
No dia 14 de novembro, uma operação militar israelense matou o chefe do braço militar do grupo Hamas na Faixa de Gaza, Ahmed Jaabali. Segundo testemunhas, ele dirigia seu carro quando o veículo explodiu. Seu guarda-costas também morreu.
Israel afirma que Jaabali era o responsável pela atividade "terrorista" do Hamas - movimento islâmico que controla Gaza - durante a última década. Após a morte, pedidos imediatos por vingança foram transmitidos na rádio do Hamas e grupos militantes menores alertaram que iriam retaliar. "Israel declarou guerra em Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências", disse a Jihad Islâmica.
No dia seguinte à morte de Jaabali, foguetes disparados de Gaza mataram três civis israelenses, aumentando a tensão e ampliando o revide aéreo de Israel - que não descarta uma operação por terra. Os bombardeios dos últimos dias, que já atingiram a sede do governo do Hamas na operação chamada de "Pilar defensivo", são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão realizada há quatro anos na região, que deixou 1.400 palestinos mortos e 13 israelenses.
Acredita-se que a metade dos mortos sejam civis, o que desperta críticas à ação de Israel. O país alega que os membros do Hamas se escondem entre a população civil.
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