A denúncia partiu dos próprios indígenas, que acusaram a Polícia Federal (PF) de ter matado Adenilson com três tiros. Organizações da sociedade civil entraram com uma representação solicitando que os fatos sejam apurados e os culpados pelos ataques e pela morte do índio sejam criminalmente punidos. A representação diz ainda que a ação da PF resultou na destruição de embarcações e instrumentos de pesca dos índios.
A investigação ficará a cargo dos procuradores da República Felipe Bogado, que atua em Santarém (PA), e Márcia Brandão Zollinger, do MPF em Cuiabá (MT). Eles solicitaram à PF informações para saber se houve necropsia, para apurar a causa da morte, e se houve a identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o disparo contra o indígena.
O MPF também solicitou cópia de áudios e vídeos que tenham sido gravados nos dias da ação policial e a relação detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da Força Nacional de Segurança, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai) ou de quaisquer outros órgãos.
De acordo com os índios, a Polícia Federal chegou ao local por volta das 8h, usando helicópteros e fortemente armada. O barulho das máquinas, segundo eles, assustou a comunidade, que lançou flechas em defesa da aldeia. Os agentes revidaram com tiros e usando armas de efeito moral.
Em nota, a PF disse que houve acordo para a realização da operação na área dos mundurukus e que o incidente teve início após a polícia ter inutilizado uma balsa usada na extração de ouro e que pertenceria ao líder dos índios.
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