A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou na tarde desta quarta-feira que um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas começará em cerca de uma hora, 17 horas no Brasil. O anúncio - feito em conjunto com o chanceler egípcio Mohamed Kamel Amr - veio horas depois de um ônibus explodir em Tel Aviv, no que Israel descreveu como um ataque terrorista, e oito dias depois do início da ofensiva que matou Ahmed Jabari, comandante do braço militar do Hamas. Pelo menos 140 palestinos e cinco israelenses morreram no conflito.
Os termos do acordo não foram divulgados por Hillary, mas, de acordo com a BBC eles incluem a parada imediata das hostilidades em Gaza por parte de Israel, em terra e ar, além de incursões com alvos individuais. Segundo o “Guardian”, a trégua não discute as medidas a longo prazo necessárias para enfrentar questões humanitárias e problemas econômicos e políticos.
Hillary enfatizou o papel do Egito no acordo para o cessar-fogo, afirmou que os Estados Unidos apoiam o cessar-fogo na Faixa de Gaza e que a população dessa região “merece uma chance de viver livre do medo e da violência”.
- Este é um momento crítico para a região. O novo governo do Egito está assumindo um papel de responsabilidade e liderança - disse a secretária de Estado americana. - O presidente Mohamed Mursi e eu discutimos como os Estados Unidos e o Egito podem trabalhar juntos para apoiar os próximos passos.
Na ausência do presidente egípcio, Mohamed Mursi, o chanceler Mohamed Kamel Amr ressaltou que a trégua visa a acabar com o derramamento de sangue.
- Esses esforços resultaram em entendimentos para cessar o fogo, restaurar a calma e acabar com o derramamento de sangue que se tem visto nos últimos tempos - afirmou.
O vice-líder político do Hamas, Musa Abu Marzoq, afirmou à rede al-Arabiya que o primeiro parágrafo do acordo prevê o fim do combate entre os dois lados e o fim dos assassinatos seletivos na Faixa de Gaza. E disse ter garantias por escrito.
- O Egito garante esses parágrafos do acordo - afirmou.
Netanyahu aceitou recomendação de Obama
Pelo Twitter, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o premier conversara com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aceitando a recomendação de dar uma chance à proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito.
Pouco depois do anúncio, o porta-voz do presidente Mohamed Mursi, Yasser Ali, disse que o Egito está pronto para servir como o fiador da trégua. A questão da garantia foi um dos impasses que emperraram o acerto na última terça-feira. Ambos os lados queriam alguém que garantisse o cessar-fogo.
Nesta quarta-feira, o jornal “Yedioth Ahronoth” chegara a anunciar que Israel estava disposto a declarar um cessar-fogo unilateral, semelhante ao ocorrido após a ofensiva de 2008/2009. Mas, desta vez, em vez de uma trégua sem acordo com o Hamas, o país buscaria medidas para interromper o contrabando de armas para a Faixa de Gaza, a partir de um documento mediado pelo Egito. Por outro lado, o acordo mediado por Egito e EUA buscaria aliviar o bloqueio naval à região.
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