PMs acusados de esquertejar e queimar dois jovens; oficial também é envolvido
Durante a operação que resultou na morte brutal de dois jovens, julgados e condenados à pena de morte em menos de três horas, houve até troca de tiros entre PMs encapuçados e policiais civis
Mortos, esquartejados e carbonizados. Três corpos destruídos para não deixar vestígios. Para não serem identificados e não deixarem pistas de assassinos bárbaros, brutais e covardes. “Pixuá” e “Pastel”. Pixuá, um bandido conhecido da Polícia, principalmente da Militar. Pastel um jovem trabalhador e inocente. Duas testemunhas, uma delas da própria PM acusam a PM de matar os dois e ainda denunciam o envolvimento como o homem das “ordens” da operação, um oficial que estaria sendo “blindado”
Foram três mortes, possivelmente elas estão entre as mais brutais que a humanidade já teve conhecimento. Pelo menos duas vítimas foram presas, sequestradas, julgadas, condenadas e executadas em menos de três horas após a morte de um soldado da Polícia Militar por volta das 20 na Avenida Júlio Campos.
Dos três corpos esquartejados e carbonizados dentro de um tambor de metal, um pode estar fora da operação que matou outros dois rapazes moradores do bairro 23 de Setembro, na periferia de Várzea Grande (Grande Cuiabá).
Segundo uma das testemunhas, Pixuá e pode estar envolvido na morte do soldado-PM Devanilson Gonçalves da Cruz, de apenas 21 anos, assassinado por volta das 19h30 deste 20 de outubro na Avenida Júlio Campos, entrada do bairro Mapim, em Várzea Grande. O bandido estava tentando fugir do bairro 23 de Setembro pois sabia que os militares estavam atrás dele. Foi ai que ele pediu ajuda ao amigo Pastel para tirá-lo do bairro.
Sem nada ter a ver com a morte do PM. Aliás, segundo as testemunhas, o Pastel também não sabia por que Pixuá estava fugindo. Só que, os militares tinha um informante colado no latrocida - bandido que mata para roubar -, e passou o recado para um oficial da PM, informando que Pixuá estava deixando o bairro em uma moto pilotada por Pastel.
Os dois – o bandido e o trabalhador -, estavam deixando o bairro quando foram cercados por policiais militares fortemente armados que faziam campana no local por onde os dois teriam que passar. “Um deles foi morto no momento da abordagem, na entrada do 23 de Setembro”, afirma uma testemunha.
Outra testemunha, possivelmente um policial militar, afirma que quem comandou a operação e as duas execuções foi um oficial, que devido já ter comandado uma unidade da PM no Jardim Imperial em Várzea Grande, conhecia todos os bandidos que atuam na região.
“Aliás, esse oficial era o único que estava na operação que conhecia pessoalmente o assalta-latrocida: bandido que mata para roubar -, Pixuá. Esse oficial é o mesmo envolvido na agressão contra uma advogada no interior do Estado”, alerta a fonte.
Revoltado, e ao mesmo tempo com medo, a testemunha-fonte conclui: “A Polícia Militar sabe quem comandou a operação que resultou na morte dos dois rapazes, um deles totalmente inocente. Sabe, mas vai tentar envolver apenas os coitados dos soldados. Aliás, a PM nem citou o nome do oficial que comandou o massacre na ocorrência”.
Com riqueza de detalhes, coisas típicas de quem conhece os fatos. Ou até mesmo esteve presente, uma das testemunhas conta que mais 20 policiais militares participaram da operação. Inclusive, muitos deles à paisana.
Uma parte foi pegar o Pixuá no 23 de Setembro, e a outra parte foi tentar pegar o bandido conhecido como “Paulo Preto”, um ladrão que mora no bairro Mapim, em Várzea Grande, apontado como o mandante da execução do soldado. Informações que também eram do conhecimento da Polícia Civil.
Só que, quando policiais civis e militares chagaram à casa de “Paulo Preto”, ele deixou o carro e fugiu a pé. O veículo do bandido foi totalmente destruído por fogo ateado pela PM.
“Aliás, na casa do Paulo preto aconteceu um fato interessante, e que comprova a intenção, não de prender, mas de matar alguém. Quando os policiais civis chegaram à casa de Paulo Preto, deram de cara com um grupo fortemente armado e encapuzado. Eram os PMs. Houve troca de tiros e um militar foi baleado na mão. Só que, esse militar, por determinação do oficial, arrumou um laudo falso de que ele levou apenas um tombo”, conclui.
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Bandidos matam um
PM em Várzea Grande
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A onda de polícias militares asassinados por marginais a mando de organizações criminosas chegou a Grande Cuiabá. Na noite desta sexta-feira (20), o soldado PM Devanilson Gonçalves da Cruz, de apenas 21 anos, foi morto com três tiros no bairro Mapim, em Várzea Grande. A suspeita é de que seja o início de uma retaliação do crime em represália a decisão do Governo do Estado de mandar para uma penitenciária de segurança máxima os principais membros de uma organização criminosa que cumpria pena na Penitenciária Central de Cuiabá, o antigo Pascoal Ramos.
A morte de Devanilson, que estava parado próximo a uma moto e foi cercado pelos criminosos em outra moto, segue o mesmo estilo de assassinatos que estão ocorrendo e apavorando tanto a população como a cúpula da Polícia Militar em São Paulo.
Segundo pessoas que estavam próximas ao local do assassinato, na Avenida Júlio Campos, em frente a uma loja de material de construção, Devanilson foi surpreendido, por volta das 19h30 pelos marginais que chegaram, pararam ao seu lado e começaram a efetuar os disparos. “Não disseram nada. Chegaram e foram logo atirando e saíram de forma tranqüila”, disse ao portal de notícias na manhã deste sábado uma pessoa que testemunhou o crime.
As primeiras investigações estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o delegado Antônio Esperândio, tentou evitar a coincidência dos crimes que estão acontecendo em São Paulo. Segundo a primeira hipótese é de latrocínio – roubo seguido de morte -. Ele acredita que os bandidos levaram a arma do soldado, uma ponto 40, que não estava no coldre do militar.
Pessoas que acompanharam a cena dizem que o policial não foi vítima de roubo. “Não levaram nada. Ele estava com todos os documentos e a moto estava ao lado dele. Simplesmente chegaram e foram atirando”, insistiu um morador próximo ao local.
Um policial que acompanhou as investigações disse que não se sabe de Davanilson estava ou não com a arma. Por este motivo as investigações começam primeiro como latrocínio. Ele, no entanto, não descarta que o crime tenha sido a mando de uma organização criminosa.
Os policiais também não descartam de um crime de encomenda, pois o militar era lotado na Força Tática, do 4º Batalhão da PM, e morava no Jardim Esmeralda, onde a violência é considerada alta, diante do grande índice de roubos de motocicletas e, principalmente, da prisão de suspeitos de praticar esses assaltos.
Os colegas do PM disseram que Devanilson havia ingressado recentemente na corporação e era um dos mais atuantes policiais nessa divisão do 4º Batalhão. A Polícia investiga caso com duas hipóteses: latrocínoio para roubar a moto do PM, ou execução "encomendada".
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