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Nacional
Segunda - 26 de Novembro de 2012 às 20:42

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Alessandra Fernandes Silva, 41 anos, sonhava em fazer as cirurgias plásticas (Foto: Arquivo Pessoal)
Alessandra Fernandes Silva, 41 anos, sonhava em fazer as cirurgias plásticas (Foto: Arquivo Pessoal)
“Um sonho interrompido”, lamenta o comerciante Wilsirley da Silva. Ele era o marido de Alessandra Fernandes Silva, 41 anos, morta em decorrência de uma embolia pulmonar no Hospital São Vicente, em Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais.

Alessandra morreu na madrugada de domingo (25), após passar por alguns procedimentos cirúrgicos estéticos. “Ela deu entrada no hospital na manhã de sábado (24) para fazer duas cirurgias plásticas, de mama e abdome. Mas quando fomos visitá-la ela estava toda enfaixada. Havia feito ainda procedimentos cirúrgicos nos lábios, nariz, rosto e nádegas. Acho estranho tantas intervenções de uma única vez”, diz Wilsirley.

Wilsirley Silva mostra o guarda roupa e afirma que a mulher era vaidosa (Foto: Diego Souza)

Wilsirley Silva mostra o guarda roupa e afirma que a mulher era vaidosa (Foto: Diego Souza / G1)

Durante a noite de sábado, Alessandra fez contato com a mãe por telefone. Segundo Eva Fernandes de Lima, a filha havia consultado outro médico que se recusou a fazer a cirurgia plástica. “O médico disse que ela estava muito ansiosa e que não faria as plásticas porque poderia haver risco. Ela estava preocupada comigo, queria saber se eu estava tomando os meus remédios direito. Terminou a ligação dizendo que me amava muito”, lembra Eva Fernandes.

As complicações teriam começado depois da aplicação de um medicamento na paciente. “Ela estava bem, mas reclamava de algumas dores e que não conseguia dormir. Foi então que aplicaram um medicamento no soro e ela começou a passar mal. A notícia da morte dela pegou todos nós de surpresa”, afirma a mãe de Alessandra.

Casada há 18 anos e mãe de quatro filhos, a dona de casa sonhava com as plásticas. “Era um sonho dela, ela queria muito, mas não precisava, minha esposa era muito linda”, diz Wilsirley.

Embolia pulmonar

Em nota enviada no início da noite desta segunda-feira (26), o médico Wander Pinto, responsável pelas cirurgias em Alessandra, diz que “segundo informações recebidas via telefone, apos necrópsia, o laudo médico pericial fez o diagnóstico de embolia pulmonar a ser confirmado posteriormente através de exames complementares a serem realizados em Belo Horizonte”.

Essas complicações são causadas quando um coágulo de sangue se desprende e vai até o pulmão, o que impede a respiração do paciente. A ocorrência desta complicação é rara, mas é uma das causas de morte durante cirurgias plásticas. O paciente pode não saber que tem trombose, um dos fatores que causam a embolia durante a cirurgia.

Hospital São Vicente em Governador Valadares (Foto: Diego Souza)

Hospital São Vicente em Governador Valadares (Foto: Diego Souza / G1)

Tempo da ação

Na mesma nota, o médico detalha o tempo de cada ação até a morte de Alessandra. De acordo com Wander Pinto, a paciente foi submetida a cirurgia de dermolipectomia abdominal e mastoplastia de aumento com inclusão de silicones, por via abdominal.

“O tempo cirúrgico foi de aproximadamente quatro horas, sem qualquer intercorrência. A paciente recebeu a visita médica às 23h30, quando foi medicada para dor. Ela estava lúcida e clinicamente estável, com funções vitais normais”, diz o médico;

Durante este período, o médico afirma que estava presente, verificou a evolução clínica e conversou com a paciente durante todo o período. Após 20 minutos da medicação retirou-se, teria orientou a equipe de enfermagem quanto aos cuidados de rotina e foi embora do hospital às 23h58.

O cirurgião plástico termina a nota dizendo que por volta das 0h50 recebeu em casa o comunicado de que Alessandra estaria passando mal.

“Em aproximadamente três minutos a equipe iniciou os procedimentos cabíveis à emergência e à tentativa de ressuscitamento da paciente. A mesma foi levada ao bloco cirúrgico com ajuda da equipe de enfermagem, continuado o procedimento de rotina para a condição de emergência, solicitado a presença do anestesista e da equipe do SAMU. A paciente entrou em quadro de medriase fixa bilateral sem responder aos medicamentos. Junto com o colega do SAMU caracterizou-se o quadro de óbito”.

O delegado do CRM em Valadares diz que o caso será apurado (Foto: Diego Souza)

O delegado do CRM em Valadares diz que o caso será apurado (Foto: Diego Souza / G1)

Apuração

Alessandra Fernandes Silva foi enterrada na tarde de domingo (25). O delegado do Conselho Regional de Medicina em Valadares, Márcio Rezende garante que o caso será apurado.

"Sempre que tomamos nota de casos desse tipo é aberto um processo de apuração. Vamos averiguar a conduta do médico e as condições da morte. Pode acontecer dois casos, erro médico ou um mau resultado. Se comprovado erro médico, falha do médico, o profissional é punido, mas se for um mau resultado, algo adverso que pode acontecer a qualquer médico, não há punição. Por isso, precisamos apurar", explica Márcio Rezende.

 





Fonte: Do G1

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