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Terça - 27 de Novembro de 2012 às 08:06

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Adolescente foi baleado em sala de aula de escola em Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)
Adolescente foi baleado em sala de aula de escola em Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)
Um disparo de arma de fogo efetuado em uma sala de aula da Escola Estadual Estevão Alves Corrêa, no bairro Tijucal, em Cuiabá, no último dia 9, prejudicou os estudos tanto da vítima como do suspeito de portar ilegalmente um revólver calibre 38. Ambos adolescentes e alunos do 1º ano do ensino médio, depois do ocorrido, pediram a transferência do colégio faltando apenas um mês para o término do ano letivo.

De acordo com o diretor da escola, Elias Martins, os dois adolescentes estavam ‘pendurados’ em várias disciplinas por conta das notas baixas. “Eles precisavam de notas bem altas para garantir a aprovação. O adolescente que foi atingido pelo tiro precisava alcançar até mais que a nota nove em oito disciplinas para ser aprovado. O que atirou estava com problemas em cinco matérias”, afirmou o diretor.

Quatro dias depois de ter sido baleado, o adolescente de 17 anos afirmou ao G1 que tinha dúvidas se iria retornar à escola. “Não sei se vou voltar”, disse. De acordo com o diretor, a vítima ficou com receio de voltar a estudar no mesmo local e, por isso, decidiu ser transferido. Testemunhas disseram à polícia que o garoto foi ameaçado pelo colega, de 16 anos, que manuseava um revólver dentro da sala de aula. Para a direção da escola, o tiro foi acidental uma vez que os dois adolescentes eram amigos.

No dia do crime, a vítima relatou ao G1 que antes de ser baleada conversava com uma menina na sala de aula quando ouviu um barulho e sentiu uma ardência na cabeça. Ele foi socorrido por dois colegas e levado para o Pronto-Socorro de Cuiabá. O tiro não causou danos maiores à saúde dele porque o atingiu de raspão. O suspeito assim que atirou fugiu do local.

Ele só se apresentou à Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) dias depois do crime acompanhado do pai. À polícia, o suspeito disse que comprou o revólver há um ano. Ainda conforme ele, a família não sabia da existência da arma que ficava escondida no guarda-roupa do quarto dele. O adolescente disse ainda que, algumas vezes, andava armado, inclusive, quando se dirigia à escola. Ele também reiterou em depoimento ao delegado Paulo Araújo que no dia do fato estava brincando com a arma que disparou de forma acidental.

Investigação
O delegado Paulo Araújo, titular da DEA, informou ao G1 que ainda precisa ouvir mais testemunhas para encerrar o procedimento de ato infracional. Nesse intervalo, Araújo destacou que irá investigar a conduta da direção da escola, bem como da família do adolescente suspeito de atirar. Ambos podem ser responsabilizados criminalmente, caso for comprovado que sabiam da existência da arma que o adolescente portava.

O menor continua sob a guarda dos pais e poderá até cumprir medida socioeducativa, como pena pelos crimes de tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. A segurança no entorno da escola foi reforçada com patrulhamento constante da Polícia Militar. Mesmo assim, afirmou o diretor ao G1, os problemas continuam. “Tenho alunos que estão aproveitando um espaço em construção da escola que é mais escuro e distante para repassar drogas. Estamos enfrentando o problema de frente”, finalizou Martins.





Fonte: Do G1 MT

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