Na manhã desta terça-feira (26/11) autoridades locais, poder judiciário Ministério Público e Polícia Militar participou de uma teleconferência sobre a Campanha Brasileira do Laço Branco, Homens pelo fim da violência contra a mulher.
Com o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens pelo fim da violência contra a mulher e divulgar, que assim como existem homens que cometem violência contra a mulher, também existem aqueles que repudiam essa atitude.
A teleconferência sobre a campanha do Laço Branco foi proferida pelo Juiz de direito de Cuiabá Gonçalo Antunes de Barros e transmitida por todo Estado de Mato Grosso em tempo real.
No evento foram debatidas as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Além dos convidados locais, policiais militares do Centro de Formação, Escola de Governo e Comandos Regionais da Policia Militar no interior adotaram como lema; jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente à violência.
O Comandante Regional da Policia Militar coronel Antonio Ribeiro disse que a PM aderiu à campanha do Laço Branco, que é o dia de convocar todos os homens à doutrina do procedimento da Lei Maria da Penha, pois o primeiro homem a chegar a uma ocorrência de violência contra a mulher é o policial militar.
“Ainda faltam algumas mudanças nas políticas publicas para que se possa valer o direito da mulher previsto em lei, como acompanhamento dela após a violência sofrida. Mas, isso não acontece somente em Mato Grosso é no país todo.
Essa teleconferência foi uma qualificação para os PM no dia a dia da violência em Tangará da Serra, que atendem por dia uma ocorrência de Maria da Penha”, afirma o Comandante.
Onde tudo começou.
No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá. Ele ordenou que os homens (aproximadamente 48) se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: “você são todas feministas!”, esse homem começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa.
Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a idéia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social.
Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude.
Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.
Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher.
Durante o primeiro ano da Campanha, foram distribuídos cerca de 100.000 laços entre os homens canadenses, principalmente entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos das mulheres e pelo fim da violência.
O dia 25 de novembro foi proclamado pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), órgão das Nações Unidas, como Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher.
O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida.
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