Rosemary foi indiciada pela Polícia Federal em razão da operação Porto Seguro, que apura um esquema de fraudes em pareceres técnicos de órgãos públicos com a finalidade de beneficiar empresas privadas.
A votação do requerimento que pedia a convocação de Rosemary foi "sobrestada" (adiada) em pelo menos uma semana.
Em troca, os integrantes da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado aprovaram, no começo da tarde desta terça-feira (27), requerimentos que convidam para prestar depoimento à comissão o ministro Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU), o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, e o diretor-geral da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo.
“Na semana que vem, após os depoimentos, que serão na quarta e na quinta-feira, vamos avaliar quais são os próximos passos. Ela [Rosemary] foi indiciada, está sendo investigada. Ela foi exonerada sem nenhum pré-julgamento. Agora, vamos avaliar [convocação],e caminhando um passo de cada vez. Não podemos sair pré-julgando”, disse o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).
Braga negou que o governo estivesse tentando “blindar” a ex-chefe do escritório da Presidência da República ao evitar que o requerimento de convocação fosse apreciado.
“Claro que não [não é blindagem]. [...] O governo tomou todas as medidas com a maior velocidade possível. Todos os fatos foram apurados pela Polícia Federal”, disse.
Autor do requerimento, Randolfe Rodrigues disse que só aceitou o acordo com o governo de adiar a votação do requerimento para evitar que o pedido de convocação de Rosemary fosse rejeitado na comissão.
“Se fosse para o voto, perderíamos. Apenas sobrestamos [...] O acordo foi feito pelo governo com o PSOL, mas não descartamos colocar o requerimento em votação no futuro”, disse o Randolfe Rodrigues.
Oposição nega acordo
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), afirmou que não houve nenhuma conversa com o governo para evitar uma possível convocação de Rosemary. Agripino afirmou que o DEM irá protocolar requerimento pedindo a convocação.
“Absolutamente foi feito acordo comigo e nem com o PSDB. Vamos apresentar requerimento para convocar a Rosemary no momento oportuno. Vamos deixar acumular mais instrumentos de acusação”, disse Agripino.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) também negou acordo com o governo. Dias é autor de um requerimento que ainda não foi colocado em votação na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.
“O Randolfe fez acordo por ele. Eu não fiz acordo algum. Vamos tentar colocar em votação o requerimento na comissão”, afirmou.
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