"Vamos dar este voto com consciência e lucidez. Vocês sabem que há anos e anos a posição da França tem sido reconhecer o Estado palestino. Nesta quinta ou sexta, quando a questão for feita, a França vai votar "sim"", disse o ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, diante da câmara baixa do Parlamento.
O ministro recordou que esta posição da França a favor do reconhecimento de um Estado Palestino é constante e que foi afirmada já em 1982 pelo então presidente François Mitterrand e um discurso na Knesset, Parlamento de Israel.
Europa
A Áustria também votará "sim", anunciou nesta terça-feira o Ministério austríaco das Relações Exteriores.
A decisão foi adotada pelo chanceler social-democrata Werner Faymann, pelo vice-chanceler e ministro das Relações Exteriores conservador, Michael Spindelegger, e pelo presidente social-democrata Heinz Fischer.
Mulher agita bandeira palestina nesta terça-feira (27) na Cidade de Gaza, durante ato de apoio ao pedido de reconhecimento palestino na ONU (Foto: Mohammed Abed/AFP)
O chefe da diplomacia austríaca considerou que preferia chegar a uma posição comum dentro da União Europeia (UE), mas que esta fracassou "no último minuto", quando um consenso parecia próximo.
Mais da metade dos 27 países da UE devem se pronunciar em favor do texto palestino, um ou dois países do bloco vão se opor e o restante deve se abster, segundo o ministro austríaco.
Projeto de resolução
Atualmente, os palestinos têm na ONU o estatuto de simples "entidade observadora". Eles vão pedir ante a Assembleia Geral das Nações Unidas o estatuto de Estado não-membro.
A representação palestina na ONU divulgou na véspera o projeto de resolução para que a Palestina obtenha o status, que deve ser submetido na quinta-feira.
A resolução "expressa a esperança de que o Conselho de Segurança considere de maneira favorável" a candidatura da Palestina como membro pleno da organização internacional.
O pedidofoi anunciado no ano passado pelo presidente palestino, Mahmud Abbas.
Abbas participará na quinta-feira da votação da Assembleia Geral.
A aprovação desta resolução parece garantida, já que os palestinos dispõem de um amplo apoio entre os 193 membros da assembleia.
O texto destaca "a urgente necessidade de retomar e acelerar as negociações" entre Israel e a Autoridade Palestina, sobre as fronteiras, o status de Jerusalém, os refugiados, os assentamentos judaicos e até sobre a segurança e o acesso à água. Essas negociações estão suspensas há dois anos.
A resolução pede "um arranjo pacífico no Oriente Médio que ponha fim à ocupação iniciada em 1967 e que considere a ideia de dois Estados; um Estado palestino independente, soberano, democrático, contíguo e viável, que viva ao lado de Israel em paz e em segurança, com base nas fronteiras de antes de 1967".
Israel e Estados Unidos se opõem a esta iniciativa, argumentando que um Estado palestino só pode ser resultado de negociações de paz bilaterais.
Os Estados Unidos, um dos 15 membros do Conselho de Segurança, bloquearam todas as tentativas dos palestinos de se transformar em membro pleno da ONU e ameaçou usar seu direito a veto.
O status de Estado membro deve ser aprovado pelo Conselho, contrariamente ao de Estado observador, que deve ser aprovado pela assembleia.
Comentários