O Tribunal do Júri absolveu por maioria dos votos nesta sexta-feira (30) em Cuiabá, Silas Caetano de Farias, de 72 anos, da acusação de ter sido o mandante do assassinato de Marcelo Dias dos Santos, em 2004. A vítima chegou a ser declarada filha do acusado, mas um exame de DNA derrubou a hipótese de paternidade.
Após a decisão do júri, a juíza Monica Catarina Perri Siqueira expediu o alvará de soltura de Silas, porém, o empresário terá que cumprir prisão domiciliar porque também pesa contra ele a acusação de ter sido o mandante de mais dois assassinatos contra dois filhos dele.
Consta nos autos que Marcelo foi assassinado no dia 14 de julho em frente a um lava-jato localizado na Avenida Marechal Deodoro, na capital. Um pistoleiro teria sido contratado e, no local, disparou seis tiros contra a vítima, que morreu após ser atingida pelos tiros à queima-roupa. Para o Tribunal do Júri, o idoso “não concorreu para a prática do crime” e, por isso, foi absolvido.
Uma das testemunhas de acusação que sustentou que Silas teria mandado matar Marcelo é o próprio filho dele, Jassan Thiago Jorge, de 33 anos. Ele reapareceu nesta semana após ficar desaparecido por quase três meses.
Jassan sumiu pouco antes de depor nas audiências em que testemunharia contra o pai, já que é o único filho do empresário que sobreviveu após sofrer atentado. Dirce Rosa, a mãe do rapaz, disse ao G1 que ficou aflita com o sumiço do filho. Ela também afirmou que conversou com ele sobre uma suposta ameaça. “Eu falei que se ele estava sendo ameaçado deveria abrir a boca, mas ele disse "abrir a boca para que? Para morrer?"", contou a mãe ao G1. No entanto, ela disse desconhecer o teor das ameaças, bem como o autor de todas elas.
Jassan morava em Goiânia e se mudou para Cuiabá há quatro anos. Em março de 2009, ele sofreu um atentado. Levou sete tiros e sobreviveu. O acusado de encomendar o crime também seria o pai dele.
Assassinatos
O idoso foi preso depois de chamar a polícia denunciando que Marcelo havia invadido uma chácara dele, no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. "Lá na Delegacia a polícia viu que havia um mandado de prisão em aberto contra ele [ Silas] desde 2009", contou Dirce. O acusado ficou cinco meses preso na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos, na capital.
Em 2005, outro filho do empresário, Jorge Luiz Pufal Salomão, foi encontrado morto próximo à Ponte de Ferro, em Cuiabá. A vítima teria adiantado a algumas pessoas próximas que se algo de ruim lhe acontecesse o responsável seria o pai. Considerado testemunha principal dos homicídios, Érico Puffal de Farias, que também era filho do empresário, foi morto em 2006, supostamente como "queima de arquivo".
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