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Nacional
Segunda - 03 de Dezembro de 2012 às 10:56

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Após seis meses do desaparecimento da Laís Santiago dos Santos, de 21 anos, em um navio de cruzeiro na Itália, parentes e amigos continuam vivendo momentos de angústia. Para lembrar a data, uma missa foi realizada na noite deste domingo (2) na Igreja Coração de Maria em Santos, no litoral de São Paulo. A jovem morava na cidade com a mãe e o irmão. A madrinha e o irmão de Laís estiveram presentes na celebração. A mãe não compareceu por estar hospitalizada.

Missa de 6 meses do desaparecimento de Lais Santiago (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Missa de foi realizada na tarde deste domingo em Santos (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Laís era tripulante do navio Costa Magica e desapareceu na noite do dia 1º de junho. No dia 4 do mesmo mês, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que câmeras de vídeo registraram a brasileira pulando do navio durante a madrugada do dia 2. A jovem estava na segunda temporada de trabalho no navio de passageiros. Segundo a família, ela tinha decidido romper o contrato e deveria voltar para casa naquele mês.

Vania do Nascimento Lima, madrinha de Lais (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Vania do Nascimento Lima vive angústia após o sumiço da jovem (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Para a madrinha da jovem, Vânia do Nascimento Lima, os seis meses de sumiço da jovem trazem angústia para todos os envolvidos. “Cada dia que passa a angústia aumenta. A gente fica se perguntando sobre o que realmente aconteceu. Se fosse um suicídio era só mostrar a fita e esclarecer. A gente fica esperando. O processo foi reaberto há dois meses e ninguém se manifesta. Até agora não houve nada. Nenhum avanço. O consulado não se manifesta, a empresa do navio não se manifesta. A mãe dela precisa dessa solução e ela está se acabando pois não tem respostas do que aconteceu com a filha”, explica.

Tripulante brasileira está desaparecida desde sexta-feira (Foto: Reprodução/Facebook)

Tripulante brasileira continua desaparecida (Foto: Reprodução/Facebook)

Para ela, a falta de solução do caso entristece e causa dor. “São seis meses sem resposta. Não sabemos se houve ou não um suicídio. Não temos corpo, não temos nada. Não sabemos o que fazer. Acho que é muito tempo de espera. Daqui a pouco completa um ano e não temos nada além da mesma resposta. A cada dia que passa, eu acho que isso não aconteceu. A gente fica na expectativa e isso está machucando demais a gente.”

Vânia lembra ainda que os itens que estavam com a jovem na embarcação irão ajudar na reabertura do processo. “Tudo deve ser devolvido para a Itália. Tem algumas coisas que ficaram no ar. O advogado da família teve acesso ao computador. O equipamento veio danificado e um especialista analisou. Mas tudo isso ficou com o advogado, pois a gente não quis se intrometer por não entendermos”, afirma.

Lucas Santiago, irmão de Lais (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Lucas Santiago usou a música para homenagear a irmã (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

O irmão de Laís, Lucas Santiago, participou da celebração e homenageou a irmã tocando violino. Para ele, o sentimento é de indignação. “Todo dia lembro dela e, quando venho para a missa, lembro que não temos resposta. Saudade a gente sempre tem. Todo dia é mais um dia que vivo sem ela. Quando chego aqui, penso que já se passaram seis meses e não temos nada.”

Lucas também conta que lembra da irmã em vários momentos. “A gente sempre fazia muitas coisas juntos. Às vezes vejo um filme ou seriado e lembro que ela gostava e que a gente assistia junto. Também sinto falta quando encontro uma amiga dela e lembro dos momentos que ela passou. Sempre penso nela junto com a gente ou com a minha família, pois são os momentos que ficam. É igual a quando ela estava trabalhando na Itália. A gente pensava nela e sabia que ia poder vê-la depois. Mas sem a notícia a gente fica sem saber, mas sempre pensamos nos momentos bons”, conta.

Para ele, seis meses sem a irmã trazem angústia e incertezas. “Em alguns momentos fico pensando e não sei o que vai acontecer depois. Não sei por quanto tempo vamos ficar assim, esperando. Isso é triste pois a angústia aumenta já que não tem um ponto final, uma nova coisa que aparece. Não termina”, afirma.

Andamento do caso

O advogado Vicente Cascione (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

Vicente Cascione continua acompanhando as investigações (Foto: Jonatas Oliveira/G1)

As investigações sobre o caso continuam e o caso foi reaberto pela Justiça italiana. O advogado da família, Vicente Cascione, acompanha o andamento do processo e afirma esperar que a verdade apareça. “A família quer saber o que aconteceu e isso estava sendo negado por causa do arquivamento do processo. Quero voltar à Itália e ver em que ponto nós estamos. Não sei se as investigações chegaram a uma solução satisfatória. Tem muita coisa a ser esclarecida que foram escondidas e isso tudo tem que vir à tona. Tem que explicar, por exemplo, porque as câmeras do navio não foram abertas para vermos as imagens todas do momento que ela caiu ao mar. Só uma câmera mostra isso e a empresa tem que explicar. Se não havia motivo de esconder nada, porque as coisas não foram trazidas à luz? Tudo foi abafado e o processo arquivado”, diz.

Ele afirma ainda que a família está angustiada com a falta de novidades e respostas. “Para quem está de fora parece simples, mas para a mãe e familiares isso significa uma dor, uma ferida que não se fecha. As imagens não mostram uma pessoa sendo jogada ou uma pessoa caindo, mas sim um ponto luminoso que em um determinado momento se projeta do topo do navio e cai. Não podemos dizer se é ela e em que condições ela caiu. As cenas anteriores parecem mostrar que há um movimento de esforço físico. Eu não sei se ela está acompanhada ou se alguém queria impedir que ela saltasse ou queria fazê-la saltar”, explica.

Cascione diz também que fez uma petição por novas informações. “Colocamos todos os fatos que deveriam ser apurados, as omissões e falhas que aconteceram e tudo aquilo que precisa ser esclarecido. Em cima disso, a investigação foi reaberta pelo Ministério Público italiano e eles tem que fazer o papel deles até o final. Cabe a mim fiscalizar e se eles não agirem vou tomar uma atitude para que continuem fazendo o papel deles. Tem um outro advogado em Catânia e ele tem condição de acompanhar cada passo. O papel dele é acompanhar o que eu faria se estivesse lá”.

O advogado afirma também que os pertences da jovem estão sendo analisados. “Ele vieram quebrados e isso chamou a atenção. Alguém pensou que agindo assim iria danificar o conteúdo. Isso está informado ao Ministério Público. Estamos examinando o conteúdo e isso é o objeto de investigação. O celular e o diário dela em papel não apareceram. Com o que temos dá para fazer um levantamento. Não sabemos o desfecho, mas virá uma resposta. As senhas dela de e-mail e redes sociais nós já temos, já analisamos mas não sabemos onde procurar. São várias imagens neutras e é difícil juntar tudo e fazer um encadeamento”, finaliza.





Fonte: Do G1

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