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Terça - 04 de Dezembro de 2012 às 10:24

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A Vigilância Sanitária de Várzea Grande fechou 2 abatedouros clandestinos de gado. Sem qualquer condição de higiene, os abates eram feitos em duas propriedades, na região do Capão Grande. Além de oferecer em mercados e feiras carne sem nenhuma procedência, muitas vezes produto de roubo, os responsáveis pelo trabalho descartavam inadequadamente restos dos bovinos, contaminando o solo e colocando em risco a saúde da população que vive no entorno. Ao menos 3 pessoas foram autuadas pelo crime no inquérito já instaurado pela Polícia Civil.

Em um dos locais a equipe flagrou o exato momento em que um funcionário realizava o abate de 2 bois. Em comum, as propriedades não possuíam local adequado para o armazenamento das partes dos bois, que ficavam penduradas em um barracão, sem refrigeração, em contato com vários insetos e outros animais, como cachorros e gatos.

As partes eram pesadas em balanças enferrujadas e colocadas em ganchos que não eram esterilizados. As caixas em que as partes, já cortadas, eram transportadas para pequemos mercados e feiras livres, onde eram vendidas à população, também não passavam por nenhum tipo de limpeza.

Marcus Vaillant

Foram identificados como supostos responsáveis pelos abatedouros Thiago Ribeiro de Souza, que fugiu com a chegada da equipe, e Virgílio Ribeiro da Silva. Foi na propriedade de Silva, aliás, que os agentes flagraram o abate.

Ao todo, foram apreendidos 90 ganchos, duas balanças, aproximadamente 30 metros de corda, 8 carretilhas, 2 machados, uma marreta além de caixas plásticas usadas no transporte. Os agentes também recolheram 4 partes traseiras de boi, 4 partes dianteiras, 4 pares de costelas, barrigadas e outros miúdos.

Promotor de Justiça que solicitou a inspeção, Rodrigo de Araújo Braga Arruda explica que a informação sobre a existência dos abatedouros foi passada por um cidadão diretamente ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) em abril deste ano.

Sem resposta após 2 meses, a mesma pessoa decidiu procurar o Ministério Público, relatando a situação. “Na denúncia havia até o endereço das propriedades, facilitando inclusive o trabalho de localização”.

Em junho, o promotor encaminhou um ofício solicitando ao Indea que em 15 dias realizasse a vistoria. O pedido foi respondido por carta, assinada pelo presidente do órgão, Jurandir Taborda Ribas, em documento datado de 12 de julho, informando que todas as propriedades da região foram visitadas e que não foi encontrado nenhum local onde seria feito o abate clandestino. O promotor pediu, então, o apoio da Vigilância Sanitária.

O pedido, feito em outubro, foi respondido 1 mês depois, com o relatório da inspeção e localização dos 2 abatedouros. “É uma situação antiga, muito provavelmente. A pessoa que fez a denúncia relatou um imenso mau cheiro na região por conta da deterioração dos restos dos bois, que ocorria ali, dentro da propriedade”.

Inquérito - O delegado de polícia Nabor Fortunato já instaurou um inquérito para apurar a responsabilidade criminal dos envolvidos com o abate clandestino. Ao tomar conhecimento da denúncia, Fortunato destacou agentes para acompanhar a equipe e garantir a realização das vistorias. “Há um trabalho em parceria para garantir o combate a este tipo de crime, que não é recente na região”.

Fortunato destaca que apenas ele já instaurou 3 inquéritos após equipes flagrarem fábricas clandestinas de linguiça, na mesma região. “Pegam restos dos animais, sem nenhuma procedência, colocam corantes e outros produtos químicos para dar um bom aspecto e vendem em feiras livres, mercados ou diretamente à população”.

Outro lado - Por meio da assessoria, o presidente do Indea/MT, Jurandir Taborda Ribas, informa que ainda não recebeu o ofício solicitando explicações sobre as ações de fiscalização do órgão. Ele só se manifestará a respeito do caso quando receber o documento.





Fonte: A Gazeta

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