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Ex-líder do MST visita João Paulo Cunha em Brasília e critica PT
O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Rainha Júnior disse nesta quarta-feira (8) que o Partido dos Trabalhadores (PT) tem que "repensar sua postura" e que está na hora de a legenda "fazer uma autocrítica".
Questionado por jornalistas sobre o porquê de nenhum membro do PT visitar João Paulo Cunha, José Rainha Júnior afirmou que o partido "não pode negar solidariedade" ao deputado e "tem que ter responsabilidade por seus quadros".
"Qualquer organização deve ter responsabilidade, agora eles deviam responder. Eu respondo pelo MST, pelo movimento social", disse. "Eu acredito que a solidariedade tem que ser princípio e esse tem que ser o papel do partido", afirmou o ex-líder do MST.
Rainha Júnior almoçou com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão e que aguarda em Brasília a expedição do mandado de prisão contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O dia em que o negro nega sua raça, o seu sangue e a sua história, ele é tão branco como um dono de engenho"
José Rainha Júnior,
referindo-se ao ministro Joaquim Barbosa
José Rainha criticou ainda o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, comparando-o a um senhor de engenho. "O dia em que o negro visitou a Casa Grande e se encantou pelos anéis, ele é tão reacionário como um dono de engenho. O dia em que o negro nega sua raça, o seu sangue e a sua história, ele é tão branco como um dono de engenho", afirmou.
"Os trabalhadores, os negros e os sem terra nunca tiveram voz e vez e aqueles que ocupam um cargo que representaria sua classe se nega a ela, para defender exatamente os donos de engenho de olhos azuis", completou.
Rainha Júnior afirmou que "o que está se fazendo com o Judiciário e com quem luta e tem dignidade é uma vergonha". Rainha disse que Barbosa está sendo "injusto e arbitrário e que decretar a prisão de João Paulo e não assinar é abuso".
Procurada, a assessoria de Barbosa disse que ele não iria comentar as declarações.
Rainha deixou o movimento sem-terra em 2007. No mesmo ano, ele foi condenado sob a acusação de ter se apropriado indevidamente de R$ 1,4 mil de um assentado. Também chegou a ser preso pela Polícia Federal, em 2011, suspeito de participação em suposto esquema de desvio de recursos públicos para movimentos sociais.
Fonte:
G1
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