As conclusões são do estudo "Análise das Áreas de Pastagem do Estado de Mato Grosso", divulgado nesta terça-feira (4) pela Associação dos Criadores do Estado (Acrimat). O levantamento mapeou o comportamento das áreas de pastagem, a eficiência da pecuária de corte e concluiu que mesmo com um espaço menor elevou-se a eficiência da cadeia de carne.
Pasto cederá espaço para lavouras em MT
(Foto: Leandro J. Nascimento / G1)
Luciano Vacari, superintendente da Associação, lembra que em um um intervalo maior (15 anos), três foram os ciclos da pecuária quanto à disponibilidade de terras de pastagem. O primeiro, entre 1996 e 2004, marca um aumento de 18,16% na área, ou pouco mais de 3,9 milhões de hectares abertos para a utilização pelo gado.
Por sua vez, entre 2006 a 2008 vivenciou-se o período da estabilidade, com pequena variação de 0,35%, sendo pouco mais de 89 mil hectares a mais. Mas de 2009 a 2011 o estado diminuiu em 863,8 mil hectares sua área de pastagem.
De acordo com o estudo, realizado pela primeira vez em 2008 e atualizado no último, a atual área de pastagem mato-grossense chega a 24,9 milhões de hectares, representando 27,58% do território estadual, hoje em 90,3 milhões de hectares (IBGE). Imagens da Agência Espacial Norte-americana (Nasa) foram contratadas pelos criadores para elaboração da análise.
Se por um lado perdeu área, por outro a pecuária conseguiu elevar seus índices produtivos, revelou o diagnóstico. Entre 2009 e 2011, por exemplo, o número de animais criados em um único hectare cresceu 16,38%. Saltou de 1,01 bovinos/ha em 2008 para 1,17 bovinos/ha no ano passado. Já o rebanho total mato-grossense avançou 12,48%.
"Nosso rebanho cresceu graças à tecnologia e o incremento em produtividade permitiu também a prevenção do desmatamento", frisou Luciano Vacari.
Por município
Dentre os municípios, Querência, no nordeste do estado, foi o que registrou a maior diminuição da área de pastagem entre 2008 e 2011. Foram 90,7 mil hectares transferidos para a agricultura. Já São Félix do Araguaia, reduziu em 57,8 mil hectares, chegando ao final do último ano a 592 mil hectares. Em Canarana a pressão da agricultura sobre a pecuária fez este último setor ceder 56,7 mil hectares para o cultivo de grãos.
Para o superintendente da Acrimat, o fator mercado é apontado como o principal responsável pelo interesse da agricultura nas áreas de pastagem. Isto porque a valorização dos grãos provocou uma verdadeira corrida pela utilização de cada vez mais espaços para culturas como a soja e o milho.
Em Mato Grosso, de acordo com a Acrimat, são 120 mil propriedades com rebanho bovino.
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