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Internacional
Quarta - 05 de Dezembro de 2012 às 09:12

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O cirurgião plástico que operou a Miss Jataí Turismo, em Goiânia, já teria feito outra vítima em junho deste ano na cidade de Jataí, no sudoeste do estado. De acordo com a família da funcionária pública Raila Silva Leal Carvalho, de 32 anos, a mulher morreu após fazer um procedimento de lipoaspiração em um hospital particular da cidade.

De acordo com o atestado de óbito assinado pelo médico a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória. Mas para a família a mulher foi vítima de erro médico. “Ela não tinha dor de cabeça, não sentia nada. Só dava orgulho para gente”, diz o pai Saulo Leal.

A família, que mora em Santa Rita do Araguaia, já entrou na justiça para pedir o esclarecimento da morte. “Não existe. Uma pessoa que entra sã e em questão de três horas a gente ter uma notícia dessas”, lamentou o viúvo da funcionária Nelson Dias.

A cidade de Santa Rita do Araguaia fica na divisa com o estado do Mato Grosso e com a cidade mato-grossense de Alto Araguaia. Segundo a família, o médico também é bastante conhecido na região e várias mulheres já teriam sido operadas por ele. O médico teria  uma secretaria que fica na região e seria responsável pela agenda dele. Ela faz a intermediação com os pacientes e programa a data e o horário das consultas.

O cirurgião atende no Hospital Samaritano de Alto Araguaia.  De acordo com a recepcionista ele vai à cidade a cada três meses para realizar as consultas. Já as cirurgias são realizadas em Jataí e Goiânia. “Ele veio aqui e atendeu na semana passada. Essa semana não”, disse a funcionária.

Modelo morre após fazer cirurgia para colocar silicone nos seios, em Jataí, Goiás (Foto: Reprodução/ Facebook)

Modelo morre após fazer cirurgia para colocar silicone nos seios (Foto: Reprodução/ Facebook)

Miss Jataí Turismo
No último sábado (1) a Miss Jataí Turismo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, também teve uma parada cardíaca depois de um procedimento para colocar prótese de silicone nos seios. De acordo com a família, o pré-operatório foi em uma clínica em Jataí, mas a cirurgia foi realizada no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia.

Segundo o cunhado da vítima, Leandro Cabral, a modelo já tinha feito o procedimento na mama direita, mas sofreu uma parada cardíaca ao receber a prótese na mama esquerda. Sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital, a jovem teve de ser encaminhada para outra unidade, mas não resistiu.

O G1 entrou em contato com o hospital, mas informação foi de que ele não atende no local, somente realiza cirurgias e, por isso, não teria como encontrá-lo. Na clínica em Jataí, o telefone não atendeu.

Sonho
Segundo a família, Louanna sonhava com a cirurgia. “Aquela menina era linda demais, mas ela não gostava dos seios e queria colocar silicone. Então, eu apoiei o sonho dela”, afirmou Giuliano Cabral, em entrevista ao G1, na tarde de segunda-feira (3). Ele vivia com a jovem há sete anos.

O problema maior, segundo Giuliano, é que o médico que operou a jovem não teria esclarecido que a UTI não ficava no hospital: “Na verdade, ele falou que a gente tinha duas opções. Ele operava aqui em Jataí ou em Goiânia. Preferimos Goiânia justamente por causa da UTI, mas ele não explicou que a unidade não tinha UTI. Pelo contrário, ele nos disse que estava tudo tranquilo”.

Dênia Ferreira de Castro Silva, mãe da modelo disse que está inconformada com a morte da filha. “Ela era um doce, um amor, amiga, companheira. Nunca me deu trabalho. Ela me obedecia e só não me obedeceu nisso. Falei para ela não fazer a cirurgia, mas era o sonho dela”, lamentou a mãe, em entrevista à TV Anhanguera.

Modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de Jataí, em Goiás, morreu ao colocar silicone (Foto: Reprodução/Facebook)
Louanna Adrielle Castro Silva, de Jataí, teve duas paradas cardíacas (Foto: Reprodução/Facebook)

Investigação
A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar as causas da morte da modelo. Para concluir as investigações, a polícia precisa do resultado dos laudos do Instituto Médico Legal (IML). Um deles, o toxicológico, vai apontar se a jovem tinha ou não a presença de drogas no organismo.

O exame foi pedido porque o laudo médico sobre a morte dizia que a jovem sofreu as paradas cardíacas porque seria usuária de entorpecentes, versão contestada pela família. O resultado do exame toxicológico pode levar mais de um ano para ficar pronto, segundo o IML.

A delegada titular do 13º Distrito Policial de Goiânia, Mirian Aparecida Borges de Oliveira, o caso já começou a ouvir as testemunhas. “Tão logo que nós ouvirmos os familiares, nós vamos oficiar a diretoria do hospital para que apresente o primeiro médico, que é o cirurgião plástico, e depois os demais profissionais que participaram dessa cirurgia”, explica a delegada.






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