Os dois principais pátios para depósito de veículos apreendidos, em Cuiabá, estão abarrotados. Carros, motos e caminhões permanecem na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) e no Departamento de Trânsito (Detran) de Mato Grosso. Muitos não são recuperados pelos donos por dívidas e falta de informação.
Marcos Bormann dos Santos teve a moto roubada no sábado à noite (1º), em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. A polícia encontrou o veículo no dia seguinte. “Meu pai estava procurando a moto pelas redondezas do bairro quando recebeu uma ligação dos policias avisando que haviam encontrado a moto”, contou. A moto dele foi parar no pátio da Derf, onde ele o recuperou.
No entanto, segundo o delegado Clocy Hugueney de Oliveira, nem todos os veículos voltam para o dono. O pátio da Delegacia de Roubos e Furtos está lotado. São mais de 700 carros, motos e caminhões que estão sendo danificados pela ação do tempo. O delegado explica que muitas pessoas mudam telefones e endereços. Já outros veículos ficam acumulados no pátio porque ainda não foram liberados pela Justiça.
"Os telefones que são informados no boletins de ocorrência, especialmente, hoje em dia com o uso do celular mudam com frequência e, muitas vezes, não conseguimos o contato. Outros veículos foram apreendidos por inquérito policial. Então, enquanto eles fazem parte da ação penal não podem ser restituídos, muitas vezes apenas com decisão da Justiça”, ressaltou.
A polícia acredita também que há uma confusão quanto ao pagamento de taxas. “Com essa lacuna de tempo até que o veículo seja recuperado não gera imposto junto ao Detran, não gera taxa nenhuma. Então a realidade é que as pessoas tem uma falsa ideia de que esse tempo todo ela vai ter que pagar IPVA e as demais taxas. Quando isso não é realidade”, explicou o delegado.
Já no pátio do Detran a situação é ainda pior. São 5 mil motos e 2 mil carros apreendidos. A maioria chega até o local porque os motoristas estavam sem carteira de habilitação, por violação do lacre da placa, documentação com pagamento atrasado ou por estar circulando pelas ruas em condições precárias.
De acordo com o diretor de veículos do Detran, Carlos Miranda, tendo em vista que o pátio já não tem mais espaço para nenhum veículo, o Detran está preparando um outro local para transferir os veículos até que sejam feitos os leilões. “No começo do ano nós já temos alguns leilões de aproximadamente mil veículos. O que já deve aliviar. Mas independente disso, temos em vista um pátio que está sendo preparado onde nós vamos fazer a remoção de alguns veículos que também vão para leilão, mas que também podem ser guardados em outro pátio deixando com isso mais espaço”, pontuou.
Quanto ao pagamento de taxas, a situação dos veículos no Detran se difere da Delegacia de Roubos e Furtos. No Detran os veículos só são liberados após o pagamento de multas e impostos atrasados, além da diária por permanência no pátio. Neste caso, o valor é cobrado cinco dias depois da apreensão. A taxa é de R$ 4 para motos e de R$ 7 para carros.
"Após 90 dias de apreensão, o veículo já pode entrar em processo de leilão. Mas até no dia do leilão o proprietário pode ir até o Detran acertar os débitos e retirar este veículo”, explicou Miranda.
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